Este promete ser um ano de transformação para esta área de negócio, desde logo porque a pandemia está a ficar gradualmente para trás. Enquanto umas empresas estão a adotar o regime totalmente virtual de trabalho, outras optam pelo híbrido, havendo ainda muita preferência, também, pelo físico. O que parece ser certo, por enquanto, é que são vários os desafios relativos à ocupação e que impactam a forma como se vão fazer negócios no mercado de escritórios.A análise que fazemos na Norfin é que os mercados de Lisboa e Porto continuam dinâmicos, com uma procura real, sendo que alguns estudos apontam para o regresso à era pré-pandémica. Isto significa que estamos a assistir a uma retoma exponencial. Importa explicar o porquê desta preferência, mas não sem antes referir que ainda se desconhece o impacto do mais recente conflito na Ucrânia ao nível dos custos da construção e da procura.Durante a pandemia percebeu-se que o regime de trabalho híbrido funcionava, mas aquilo que se vê é que, ainda agora, muitas empresas estão a testar para perceber se esse regime se torna definitivo. Nos últimos dois anos, trabalhar remotamente foi sem dúvida vantajoso para ambas as partes: empresa e colaboradores. Contudo, com o decorrer da pandemia fomo-nos apercebendo que os níveis de produtividade foram alterados e o stress e cansaço aumentaram significativamente, trazendo consigo a necessidade, cada vez maior, do contacto presencial.Conclui-se por aqui que o dia-a-dia proporcionado pelo escritório físico - a partilha de informação, a relação com as equipas, entre outros aspetos, são tidos como essenciais. Tendo em conta estes fatores, a estratégia passará pela criação de valor nos nossos escritórios, tendo atenção ao bem-estar das pessoas e à sustentabilidade ambiental dos projetos.Em suma, quando falamos de desenvolvimento e promoção imobiliária estamos a analisar produtos que estarão disponíveis no mercado apenas alguns anos depois de serem pensados. Daí que seja essencial ter-se em conta não apenas as necessidades de hoje, mas também as futuras. Temas como o ESG (Environmental, Social and Governance) estão a crescer na agenda dos ocupantes/investidores e serão um fator diferenciador. A este juntam-se alguns já referidos: melhor vivência, flexibilidade e tecnologia – a transição digital.A avaliar pelo pipeline de escritórios em desenvolvimento, Portugal continua e continuará a estar no radar das grandes empresas internacionais, não esquecendo, porém, que estas continuam a procurar flexibilidade nos seus contratos: prazos de contratos mais flexíveis, possibilidade de rescisão antecipada e espaços onde possam expandir ou reduzir rapidamente.