PORTUGAL NO “RADAR” DOS INVESTIDORES IMOBILIÁRIOS

O valor mais alto foi registado em 2015, com um volume de investimento em torno dos 2.500 milhões de euros. Os segmentos Retalho e Escritórios têm sido dos mais visados pelos investidores de “rendimento” nos últimos anos. Reflexo da crise financeira que assolou o nosso país no período 2010 a 2013, juntamente com o facto de a promoção de edifícios residenciais possibilitar um maior e mais rápido retorno ao investidor, vem condicionando a construção de edifícios novos de escritórios na cidade de Lisboa. Efetivamente, o stock de escritórios em Lisboa cresceu cerca de 10% na última década, representando cerca de 400.000 m2 de área adicional de escritórios, dos quais apenas uma pequena parte corresponde a área nova construída de raiz. A crescente procura de espaços de escritórios, nomeadamente por empresas de “Shared Services” e espaços de “Coworking”, a qual não encontra a devida correspondência no lado da oferta, cria, na minha opinião, uma janela de oportunidade para o investimento na promoção de edifícios de escritórios. Por outro lado, destaco o mercado de arrendamento habitacional que sustentado na procura gerada por “setores não habituais”, tais como Residências para “Student Housing”, “Senior Living” e apartamentos para expatriados, vem suscitando cada vez mais interesse por parte dos investidores. O “boom” do “Student Housing é reflexo da projeção que as nossas universidades atingiram e detêm além-fronteiras. Já o incremento da procura associado ao “Senior Living” assenta numa população nacional cada vez mais envelhecida e na população sénior estrangeira que tem vindo a escolher o nosso país para disfrutar do seu período de reforma, em resultado da procura de um destino mais saudável, com um clima mais favorável e que disponha de unidades de saúde de qualidade superior. Por último e muito fomentado pelo estabelecimento de empresas internacionais no nosso país, especialmente as que oferecem serviços partilhados, a promoção de apartamentos para acomodar expatriados, são seguramente uma tendência. De referir que o Imobiliário Comercial Residencial, setor que começa a dar os primeiros passos em Portugal com enfoque em Lisboa e Porto, é um mercado altamente maduro noutras capitais europeias. Estas duas cidades portuguesas começam efetivamente a “experimentar” um mercado em crescimento e para o qual é necessário criar respostas para a procura que tem sido cada vez mais crescente. Todas estas variáveis em conjunto, a par da liquidez disponível nos mercados internacionais, das condições que o mercado imobiliário português oferece, e do contínuo interesse manifestado pelos investidores, fazem antever um ano record para o investimento imobiliário no nosso país.

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