Perspetivas para o mercado imobiliário português em 2020

Por sua vez, o segmento de construção de edifícios residenciais, deverá crescer 9% no próximo ano, um valor que é significativo, mas ligeiramente inferior aos 12% de 2019. Isto significa que, globalmente, se espera, ao longo dos próximos meses, uma estabilização do mercado, tendo em conta o volume de produção contratada e o volume de projetos que se encontra planeado. Veja-se que, em 2018, o número total de obras de edificação e demolição licenciadas registou um crescimento de 19,7% e, até final de setembro deste ano, a variação homóloga acumulada situava-se nos 6,4%. Desta forma, os dados quantitativos disponíveis apontam para que o mercado imobiliário português se mantenha numa trajetória favorável, assente num enquadramento macroeconómico positivo para o setor. As taxas de juro em níveis historicamente baixos, o posicionamento competitivo de Portugal em domínios como o turismo e a captação de investimento nacional e estrangeiro para o este mercado, incluindo em particular, a reabilitação urbana, constituem fatores de suporte que, de acordo com as expectativas vigentes, deverão permanecer inalterados no futuro imediato. De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do INE, relativas ao 3º trimestre do ano, o investimento em construção registou um crescimento, em termos homólogos, de 10,9%, pelo que as perspetivas são claramente positivas. O mercado português, à escala global, ganhou um posicionamento competitivo relevante e desde que, no plano interno, se consiga manter um quadro de estabilidade fiscal e legislativa, continuaremos, seguramente, a atrair mais e melhor investimento. Há condições efetivas para que o nosso país possa continuar a figurar entre os principais destinos para os investidores estrangeiros, para promover o alargamento da reabilitação urbana a todo o país, pensando em especial nos territórios do Interior, bem como para estimular o aumenta da oferta de habitação e a criação de um verdadeiro mercado do arrendamento a exemplo da restante Europa. Temos defendido ainda medidas como a eliminação do AIMI, o IMI que reverte para o Estado e da tributação dos stocks de casas detidas para venda por parte das empresas do setor, questões que agravam significativamente a carga fiscal incidente sobre o imobiliário e o custo da habitação destinada à generalidade das famílias portuguesas.

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