Parte da solução

Neste contexto, refira-se que Portugal tem um conjunto de atributos francamente positivos e que, de alguma forma, se reforçaram com a pandemia, nomeadamente ao nível da segurança e qualidade de vida. O surgimento de clientes oriundos de novos mercados, como dos EUA (especialmente habitantes da costa Leste) é disso inequívoca e positiva confirmação. Paralelamente, a conjugação de tensões inflacionistas, a manutenção de taxas de juro competitivas (ainda que possam subir paulatinamente) e a exuberância crescente do mercado de capitais, são fatores que podem motivar os investidores a escolher o imobiliário residencial e logístico como investimento refúgio. Do lado da oferta, temos incertezas ao nível do restabelecimento das cadeias logísticas e, por inerência, dos preços da construção, podendo obrigar a retardar o investimento em projetos destinados aos segmentos médios. Acresce a preocupação com a capacidade de resposta dos empreiteiros, pela conjugação de três fatores desafiantes: (i) instabilidade nos fornecimentos, (ii) falta crescente de mão-de-obra e (iii) aumento da procura, nomeadamente, induzida pelo PRR no âmbito das obras públicas. Por fim, os atrasos crescentes na emissão de licenças de construção e de utilização aumentam de forma exponencial a complexidade do processo, sendo cada vez mais difícil prever quando (e se…) uma licença irá ser emitida. Acreditamos que, atualmente, o atraso no licenciamento é a principal causa, a par da fiscalidade, do aumento dos preços das casas de todos os segmentos, situação deveras incompreensível. Assim, havendo uma procura crescente e pouca oferta, só pode ocorrer o aumento dos preços das casas. Esta factualidade, só poderá ser resolvida com o forte aumento do número da produção, quer ao nível da reabilitação, quer da construção nova. A esse propósito, convirá relembrar que em 2002 foram construídas cerca de 125.000 habitações (entre 1995 e 2007 média sempre acima de 67.000 unidades) e em 2020 apenas cerca de 16.700 unidades (2014 – 8.265, 2015-7.087, 2016-7.817, 2017-8.011, 2018-10.545 e 2019-13.092), ou seja, uma incrível redução de mais de 86% entre 2020 e 2002. Portugal tem ainda muito património para reabilitar. Green Deal e os novos objetivos da sustentabilidade deveriam obrigar ao reforço do investimento na reabilitação, transformado edifícios altamente ineficientes em prédios modernos, eficientes e com apropriado conforto. Para terminar, no nosso ponto de vista, Portugal é agora uma marca muito mais reconhecida e apetecível internacionalmente. Sendo um País de pequena dimensão, temos que apostar na oferta de produtos e serviços de maior qualidade e valor-acrescentado, contribuindo assim para alterar o atual paradigma da nossa economia, baseada em salários baixos e fraca produtividade e ao mesmo tempo captar novos residentes com capacidade para produzir e acrescentar valor (bem como Portugueses residentes no exterior). A Vanguard Properties, de modo a suprir parte dos desafios que se avizinham, decidiu investir num conjunto de projetos que visam acelerar o processo construtivo, off-site e sustentável, bem como ao nível dos acabamentos, serviços de construção e manutenção de jardins na prestação de serviços de alto valor, nomeadamente de concierge. Em breve, iremos começar a divulgar publicamente os nossos novos investimentos, contribuindo assim para o crescimento da nossa economia e oferta.

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