O OE 2017 e o Bom Senso

Consciente da utopia, as minhas expetativas para o OE 2017 passam pelo profundo desejo que o bom senso prevaleça na sua elaboração. Os primeiros indicadores não são encorajadores.Ignorar que as alterações à Lei do Arrendamento, no respeitante aos contratos de arrendamento ao abrigo da designada Lei Antiga foram os responsáveis pelo eclodir da reabilitação dos centros das principais cidades, retirando de um espartilho de décadas todo um património imobiliário, revela uma tremenda falta de bom senso. O novo congelamento das rendas, associado à proteção das lojas históricas que antecedem o OE levam-me a presumir que pouco de positivo daí virá.Ignorar o que tanto contribuiu para fazer crescer um setor com um contributo direto e indireto para a economia como o Imobiliário não revela bom senso.Ignorar a necessidade de criar veículos mais adequados ao fomento de investimento imobiliário, a exemplo da nossa vizinha Espanha, não revela bom senso.Ignorar que a instabilidade fiscal é um dos melhores meios de afugentar investidores não revela bom senso.Admito que possam não saber fazer melhor mas pelo menos sejam sensatos e não estraguem o que de bom está a acontecer.

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