O comércio electrónico e as lojas físicas

Muito se tem falado do fim das lojas físicas e das profundas alterações a que assistiremos nos próximos anos. Fatalidade ou oportunidade? Nos próximos 3 anos iremos assistir a alterações substanciais no mercado de retalho. O consumidor é cada vez mais atento, necessita de confiar e identificar-se com as marcas, utiliza a tecnologia de uma forma mais intensa e assertiva, procura a conveniência e o preço. Os retalhistas têm o seu foco na digitalização e omnicanalidade, no acesso à maior quantidade de dados possível, nomeadamente sobre os consumidores em geral e dos seus clientes em particular e estão atentos aos mercados internacionais e à globalização. A compra deixa de ser “um mero ato de consumo” e passa a ser uma experiência. Experiência essa que se pretende única, mesmo que individualizada e customizada, resultante do engagement dos consumidores com as marcas / produtos. Parece fácil, mas os desafios são muitos. Para os retalhistas “tradicionais” o comércio eletrónico continua a ser uma fatia do seu negócio pouco rentável ou mesmo deficitária, devido aos elevados custos de transporte, de mão de obra, política de devoluções, etc. A otimização do portfolio de lojas físicas é uma preocupação, sendo cada vez mais importante a analise do consumidor através de métricas científicas (físicas e digitais) que nos auxiliam a estabelecer as melhores localizações para cada um dos pontos de venda e consequentemente, as melhores decisões de investimento. O peso do comércio eletrónico irá aumentar em vários setores de atividade nos próximos anos, embora este aumento seja diferenciado em função das características do sector e do próprio mercado. A CBRE acaba de apresentar um estudo em que são analisadas as perspetivas de crescimento do comércio eletrónico versus necessidades de espaços comerciais para os próximos 5 anos, com projeções para vários sectores e em 6 mercados distintos. Para os retalhistas “tradicionais” o desafio é tornar esta componente da sua atividade rentável, tentando cada vez mais criar pick up points nas suas lojas e argumentando com a rapidez na entrega ao cliente, o que gera tráfego e potencial de vendas adicional. Em paralelo, a rede de locais de entrega disponibilizada aos clientes não para de aumentar, em detrimento da entrega individual na morada de residência / trabalho. Por outro lado, o comércio eletrónico é uma componente que face às caraterísticas e hábitos de consumo das novas gerações, terá sempre que existir, sendo peça fundamental na omnicanalidade e no objetivo de proporcionar experiências integradas ao consumidor. Pegando neste ponto, não deixa de ser curioso que os retalhistas que estavam presentes exclusivamente no comércio online, tenham agora uma estratégia de abertura de espaços físicos que são utilizados como pontos de entrega para os seus produtos, mas igualmente para proporcionar o tal engagement com a marca e experiências aos clientes. Para a CBRE seguramente que se trata de uma oportunidade e para a qual nos preparamos há algum tempo. Os nossos clientes podem contar com uma abordagem integrada e cientifica “Retail Digital Omnichannel” e “Retail Science” que através da utilização de um conjunto de ferramentas digitais e do conhecimento dos nossos profissionais na área do mercado de retalho, contribuem para que o que alguns designam como fatalidade, seja para nós um desafio e uma oportunidade.

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