Mercado das residências universitárias é mais resistente a crises

Opinião No entanto, no imobiliário o impacto existiu ou melhor dizendo existe, mas de forma mais ténue. No caso das residências universitárias, como tem um posicionamento claramente diferenciado no mercado, continua a ser visto pelo investidor institucional como um investimento resistente a crises. Tal acontece pelo facto de a sua atividade não estar diretamente associada a atividades económicas empresarias. Isto foi possível constatar nas crises de 2008, e anteriores, altura em que se constatou uma quebra na ocupação dos escritórios, espaços de logística e na hotelaria. No caso das residências universitárias não há esse impacto, ou pelo menos não de forma tão notória. No entanto desta vez fechamos as universidades. Aqui verificamos a forte capacidade de adaptação que os gestores de residências universitárias, pois implementaram, quase de um dia para o outro, fortes medidas nas operações, no sentido de proteger o bem-estar dos seus residentes, mas também numa postura clara de apoio a toda a comunidades. Não há dúvida de que haverá um antes e um depois da COVID-19, também para as residências universitárias. O emergir (ou a consolidação) das novas tecnologias como ferramenta de substituição das aulas presenciais vieram assumir um posicionamento de maior destaque neste período e poderão beneficiar de um claro reforço no uso dessa modalidade de ensino (a distância). No entanto voltara a ser norma as aulas presenciais no ensino superior português. Mas existem impactos claros para as residências universitárias, em termos funcionais, deverão ser reforçadas as tipologias de quartos individuais, uma reformulação das áreas comuns - que deverão incorporar maior flexibilidade para garantir quando necessário adotar procedimentos de maior distanciamento -, incorporar mais e melhores processos de higienização, entre outras medidas. Por outro lado, com o setor do turismo a ser, provavelmente, o mais afetado negativamente por esta pandemia, acreditamos que alguns projetos hoteleiros poderão migrar para residências universitárias ainda este ano. Muitos alojamentos locais, por exemplo, reúnem condições para se transformarem em residências para estudantes. Este período de confinamento têm-nos permitido consolidar projetos e têm surgido novas oportunidades num mercado que considerávamos muito difícil: Lisboa. Por isso, as crises também trazem novas oportunidades para o mercado das residências universitárias. Por tudo isto, e olhando para o futuro, tenho uma visão otimista apesar do COVID-19 continuar presente nas nossas vidas. As universidades reabrirão e os alunos voltarão às academias e, não tenho dúvidas, de que irá ficar tudo bem.

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