O que esperar em 2022? Reinventar o Property Management.

A gestão de um edifício há muito que deixou de ser apenas a gestão pura e dura do dia-a-dia, a resolver problemas com a prestação de determinado serviço, a colmatar queixas de inquilinos e a resolver avarias de equipamentos. Cada vez mais, o Property Management é visto como um serviço que acrescenta valor ao ativo. Como Property Manager, acredito que o caminho passa por ter uma visão holística das propriedades, integrando a gestão diária dos ativos com a análise e desenvolvimento de estratégias de valorização a médio e longo prazo. O objetivo é trabalhar na valorização, rentabilidade e cumprimento das metas de sustentabilidade que permitam potenciar fatores diferenciadores do ativo no mercado. Atualmente, a dinâmica do mercado de Real Estate cria necessidades que devem ser satisfeitas por empresas pró-ativas, com equipas multidisciplinares e parceiros fortes, focadas em apresentar soluções alternativas aos proprietários. Estes dois últimos anos foram bastante desafiadores para os property managers, que se depararam com edifícios completamente vazios e desprovidos da dinâmica diária, mas que, ainda assim, tiveram de encontrar estratégias e alternativas para os manter vivos e sempre prontos para o regresso à normalidade. Para este regresso à normalidade, outras perspectivas tiveram de ser equacionadas e apresentaram-se como prioritárias perante a nova realidade dos edifícios de escritórios, quer fosse uma preocupação acrescida com a saúde e o bem-estar dos utilizadores, quer com o desenvolvimento de ferramentas alternativas de comunicação. A função do property manager ganhou novos inputs que fizeram com que as empresas desta área tivessem de se readaptar para poder acompanhar as novas tendências. Esta flexibilidade para se adaptar às tendências do mercado de Real Estate é, sem dúvida, um dos grandes desafios do Property Management atual, que tem de conjugar as expectativas do proprietário em termos de rentabilização e de investimentos, com as necessidades dos inquilinos, mantendo sempre como objetivo principal a potenciação e a diferenciação de determinado ativo. As empresas de Property Management deverão, assim, posicionar-se como fornecedoras de um serviço que acrescenta e potencia valor ao ativo, ao transformar os edifícios em locais onde os inquilinos veem benefícios em estarem a trabalhar presencialmente, e consequentemente, também os proprietários veem valorizados os seus edifícios. Com esta valorização, há uma situação benéfica para ambos os intervenientes. Por outro lado, tornou-se claro que a diferenciação de uma propriedade está no que tem para oferecer aos seus utilizadores e, nos últimos tempos, são vários os desafios que aqui se destacam: escritórios com modelos de trabalho híbridos; certificação de edifícios; e questões relacionadas com a sustentabilidade. Os proprietários estão cada vez mais despertos para estes desafios, mas cabe muito aos property managers satisfazê-los pela definição de estratégias concretas. Quando procuram instalar-se, as empresas vão, inequivocamente, olhar para o potencial edifício com outros objetivos, que vão para além da localização e da área disponível. Vão olhar para a adaptabilidade do espaço, para a capacidade de satisfazer o bem-estar dos seus funcionários, para os serviços que têm para oferecer, para as amenities, para as medidas de sustentabilidade, e claro, para a tecnologia disponível. É fundamental adaptar os edifícios para estas novas exigências e aqui os property managers têm um papel fundamental, no sentido de saber orientar os proprietários para estas novas tendências que vieram para ficar e marcar posição no mercado de Real Estate.

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