O início da vacinação contra a Covid-19 é o grande motivo de expectativa, uma vez que todos estamos na esperança da criação da tão desejada e necessária imunidade de grupo, que nos permita de alguma forma o regresso a uma certa normalidade (ou de menos limitações) pela qual tanto ansiamos.Claro está que este processo não será tão célere como gostaríamos, e que teremos que aguardar ainda alguns meses até que tal aconteça, pelo que se torna indispensável que as pessoas continuem a cumprir e a adotar as medidas de proteção e distanciamento social, com o objetivo de reduzir ao máximo as possibilidades da propagação do vírus.Esta esperança vem também embrulhada num misto de incertezas, sobre como se comportará a economia nacional no presente ano e para o qual é muito difícil fazer antevisões. Talvez seja até inútil, pois bem tivemos a oportunidade de comprovar no ano passado que num instante tudo pode mudar, e lá se vão as previsões por água abaixo.No que ao imobiliário diz respeito, tudo dependerá das consequências que a pandemia continuar a refletir no panorama empresarial português e, consequentemente, no mercado laboral. Também o impacto que o fim das moratórias de crédito (previstas para setembro) e as alterações a que os segmentos de comércio e serviços irão assistir, decorrentes das mudanças e novos hábitos adquiridos (como o trabalho remoto), terão reflexos no desempenho deste sector.No entanto, estou verdadeiramente crente de que o imobiliário será, como foi na anterior crise, um dos primeiros a dar mostras de recuperação, acabando por alavancar outros setores como o do turismo.Esta pandemia trouxe-nos o problema da incerteza constante, que nos impediu de planear e de gizar estratégias, mas também nos trouxe a confirmação de que o mercado imobiliário português é um bom porto seguro para investimentos, o que pudemos confirmar pela estabilidade dos preços, tendo-se verificado apenas um reajustamento de alguns valores de ativos que estariam já a ser comercializados a valores acima do que seria desejável.Mesmo assim, há que considerar que nos esperam tempos difíceis que se tornam particularmente complexos se considerarmos que grande parte do tecido empresarial português apresenta ainda fragilidades decorrentes das feridas que ainda estão por curar, da anterior crise.Por isso, a minha recomendação para os agentes do setor é de que, neste ano, redobrem a atenção, avaliem muito bem cada momento e hajam com cautela, mas com vontade de vencer, pois o imobiliário tem todas as condições para ser uma das principais forças motrizes da economia.