É já um facto que os últimos dois anos foram de mudança no mercado de escritórios, em que a pandemia e a maior preocupação com políticas ESG aceleraram as alterações necessárias no setor imobiliário.É gratificante ver o setor a adaptar-se tão rapidamente às exigências dos ocupantes: temos assistido a uma preocupação com os utilizadores e o seu bem-estar. Hoje, os novos edifícios de escritórios que queiram cumprir as principais Certificações (WELL, BREEAM, etc) oferecem um conjunto de amenities que procuram reforçar a qualidade da experiência dos trabalhadores. Este ponto está intrinsecamente ligado à retenção de talento que é hoje um dos temas mais importantes nas empresas. Desde que o teletrabalho deixou de ser recomendado, as empresas depararam-se com um desafio: fazer com que os trabalhadores voltem ao escritório.Os mesmos trabalhadores que há cerca de ano e meio não perdiam tempo nem dinheiro na deslocação para o trabalho e que ganharam mais tempo com as famílias, são os mesmos que perceberam que trabalhar remotamente pode trazer consequências negativas, seja pela falta de condições para trabalhar fora do escritório ou pela falta de socialização.Assim, é fácil perceber que o regime vencedor é o Modelo Híbrido, que é já seguido por muitas empresas e é sem dúvida uma das principais alterações a registar no pós-Covid.Quanto à recuperação, é de realçar a taxa de ocupação para edifícios novos em 2021, que foi 44,4% superior à de 2019.Relativamente à forma de fazer negócio no mercado de escritórios, é evidente que a pandemia veio acelerar novas formas de aproximação, não só dos proprietários como também dos ocupantes, em que as ferramentas utilizadas beneficiam todos os envolvidos no processo.