Durante muitos anos, a engenharia foi apresentada — e percebida — como uma profissão masculina. Um domínio de cálculos, cimento e estruturas onde, por tradição e convenção, a presença de mulheres era rara, e o seu talento, muitas vezes, subvalorizado.
Hoje, felizmente, o cenário está a mudar. Mas ainda há caminho a fazer.
Onde trabalho há cerca de um ano e meio, acompanho de perto o trabalho de várias engenheiras — profissionais que lideram obras, gerem equipas, asseguram o cumprimento de exigências legais e técnicas e garantem o bom funcionamento do pós-venda e da manutenção.
Estão em diferentes fases dos projetos, mas partilham a mesma atitude: rigor técnico irrepreensível, conhecimento, e uma impressionante capacidade de adaptação aos ambientes mais exigentes.
Observar estas mulheres no terreno é uma verdadeira aula de engenharia — e de carácter. Lideram equipas, gerem prazos apertados, enfrentam ambientes tradicionalmente adversos e respondem com uma segurança que se constrói, dia após dia, com estudo, prática e coragem.
Não é apenas uma questão de representatividade. É uma questão de inteligência organizacional. Ignorar o talento feminino é desperdiçar competências essenciais para o futuro do sector: visão sistémica, empatia, atenção ao detalhe, liderança relacional.
A engenharia moderna precisa disso — e precisa delas. A promoção da igualdade na engenharia não se resume a números. É uma questão de eficácia e sustentabilidade. Equipas mais diversas tendem a tomar melhores decisões, antecipar riscos com mais acuidade e encontrar soluções mais equilibradas.
A engenharia do futuro será, necessariamente, mais inclusiva — porque o sector precisa disso para evoluir.
No MAP Group, temos a sorte e o privilégio de contar com profissionais extraordinárias, que desafiam normas antigas e constroem, literalmente, um futuro mais sólido. O nosso papel, enquanto organização, é garantir que esse talento é reconhecido, valorizado e continuamente potenciado.
Não por serem mulheres. Mas por serem, simplesmente, excecionais no que fazem.
Neste Dia Internacional da Mulher na Engenharia, deixo uma homenagem sentida a todas as engenheiras que trabalham connosco — e às muitas outras que continuam, em Portugal e no mundo, a marcar o sector com inteligência, integridade e ambição.
A engenharia tem tudo para ser mais inclusiva, mais diversa e, por isso mesmo, mais forte.
Importa lembrar que reconhecer o mérito não é um gesto simbólico. É um dever organizacional.
E dar palco ao talento feminino não é sobre género. É sobre justiça — e inteligência.
O futuro constrói-se com talento. E o talento não tem género.