As empresas proptech e o processo de compra e venda de casa

A verdade é que desde os portais imobiliários de há 20 anos que não tínhamos inovações no setor, até ao surgimento das Proptech há menos de cinco anos. Por outras palavras, o setor move-se lentamente, mas nunca tão rápido como agora.Para as empresas, as crises são momentos de oportunidade e as empresas do setor imobiliário não são exceção. Foi assim em 2008, quando a crise permitiu ao setor imobiliário tornar-se mais forte. Está a ser assim com a “crise” gerada pela Pandemia Covid-19, e que forçou o setor a completar ou recuperar o atraso na sua digitalização. Hoje é possível vender ou comprar uma casa sem a sentir fisicamente, mas conhecendo-a virtualmente. O setor está a mover-se lentamente e o caminho a percorrer ainda é longo. Mas a grande revolução já começou, até por força do interesse por parte de investidores e do muito talento tecnológico. E, é aqui que entram as empresas proptech e o seu modelo de negócio.Baseadas na inteligência artificial, as proptech aplicam a tecnologia em qualquer dos processos da sua atividade na indústria imobiliária. Por isso, ao modelo tradicional de venda de uma casa, as proptech acrescentam tecnologia e novas formas de apresentar a casa, numa fórmula que já demonstrou ser vencedora. Hoje, graças à tecnologia é possível visitar virtualmente uma casa e até comprá-la através do ecrã de um telemóvel, de um tablet ou de outro dispositivo ligado à Internet.Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que nos meses de janeiro a junho de 2021 – período de confinamento – foram vendidas cerca de 96.612 casas em Portugal, mais 10 mil habitações do que no mesmo período de 2019 (período antes de pandemia). Com os dados a revelarem um setor forte e que soube responder à crise pandémica, mesmo quando o país estava em confinamento, a verdade é que vender uma casa em Portugal demora ainda e em média seis meses. Talvez por causa e de todo o processo burocrático (financeiro, jurídico e técnico específico) associado à venda, o ato de vender uma casa é indicado por muitos como uma das experiências mais stressantes da vida, nalguns casos até mais difícil do que perder o emprego ou passar por um divórcio, de acordo com um estudo da Tiko.E, exatamente para “resolver” essa má experiência de utilizador que a entrada no mercado imobiliário português da primeira iBuyer vem colocar inovação num setor no meio de uma revolução digital. Ao trazer para um mercado maduro como o português a possibilidade de apresentar uma proposta para compra de casa em 24 horas, a iBuyer vem alterar as regras do jogo sem, no entanto, comprometer requisitos como a seriedade e rigor.Num processo muito simples, empresas como a Tiko fazem uma oferta gratuita pela casa e tratam da papelada para dar todas as facilidades ao comprador. Os proprietários só precisam de preencher um pequeno formulário online. Uma vez aceite a oferta, um dos peritos imobiliários realiza a inspeção técnica da casa, a transferência da propriedade é formalizada e o cliente recebe o pagamento em poucos dias.O futuro do mercado imobiliário é marcado pela digitalização. Cada vez mais pessoas exigem produtos e serviços digitais e as proptech, que é uma resposta a isto, vieram para ficar.

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