Diga Adeus ao Escritório tal como o conhece. Chegaram os Espaços de Trabalho.

Os estudos realizados nos últimos anos são unânimes e convergem todos num ponto: as pessoas tendem a valorizar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e isso passa pela relação que têm com o seu local de trabalho.No mais recente Relatório da multinacional Steelcase, líder mundial em soluções de espaços de trabalho, concluiu-se que um em cada três profissionais não está suficientemente envolvido com a cultura empresarial e que o nível de satisfação com o ambiente físico influencia o seu desempenho e produtividade (Steelcase Global Report, 2016).“The Open-Office Concept Is Dead”Numa altura em que a colaboração, a partilha de espaços de trabalho e os modelos de coworking estão na ordem do dia, a prestigiada revista Entrepreneur publicou este mês um artigo com um título controverso: “The Open-Office Concept Is Dead”.Os espaços de trabalho são cada vez mais concebidos à imagem do ser humano. E não é por acaso que a diversidade de espaços dentro do Espaço de Trabalho moderno vem refletir essa mesma diversidade que carateriza o ser humano, não só na sua personalidade mas também nos seus estados de espírito.Não se trata de uma moda - o escritório é 'singular' e os espaços de trabalho são 'plural' - e empresas como a Google, a Starbucks e a portuguesa Uniplaces já perceberam esta nova realidade, permitindo que os seus colaboradores trabalhem a partir de um escritório tradicional, de uma área lounge ou de um espaço de coworking. O título do artigo da Entrepreneur, à primeira vista polémico, não poderia ser mais certeiro. Os “Open Offices” fazem tanto sentido como os escritórios tradicionais e as áreas lounge, podendo perfeitamente haver uma coabitação dos vários ambientes de trabalho. Não existe um modelo de espaço de trabalho ideal: o escritório do futuro é a combinação de vários espaços dentro do mesmo espaço. A cultura empresarialUm excelente exemplo deste novo paradigma é o da Microsoft Portugal, considerado um case study internacional, cujo nº de colaboradores é superior ao nº de secretárias de trabalho. Na realidade, a sede da Microsoft Portugal dispõe de uma variedade de espaços de trabalho que vão do escritório privado, às salas de reunião, espaço de coworking e áreas lounge, “quiet rooms” para uma maior concentração dos profissionais e realização de vídeo conferências ou chamadas telefónicas. Os espaços são utilizados consoante as necessidades de interacção entre as equipas de trabalho e as características dos projectos em que estão envolvidos. Depois há o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e os programas de flexibilidade laboral, que permite que os profissionais trabalhem a partir de casa.Os espaços de trabalho deverão refletir a cultura da empresa, mas acima de tudo deverão ter em conta as necessidades dos seus profissionais, respeitando a sua diversidade, privacidade e a sua vontade de sociabilizarem.A receita é simples e não vale a pena inventar a roda. O escritório não morreu e manter-se-á vivo. Ele tem agora novas companhias, que o tornarão ainda mais interessante.

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