Conjuntura

Com efeito, mais de 9100 participantes, é um número revelador do bom momento económico que vivemos e no caso particular de Portugal, esperemos que possa perdurar por mais uns anos.A manutenção de um nível de taxas de juro historicamente baixo, associada à enorme liquidez existente no mercado, têm sido dois fatores muito importantes para a dinâmica de investimento e reabilitação urbana a que assistimos em Portugal. Se a estes dois fatores juntarmos yields bastante superiores às verificadas noutras cidades Europeias, mesmo que estejam no seu nível mais baixo de sempre, rendas consideravelmente baixas e por isso com um potencial de valorização grande, percebemos que estão reunidas as condições para uma requalificação substancial do tecido urbano nas zonas mais antigas das cidades, nomeadamente Lisboa e Porto. Não podemos ainda esquecer-nos, de que a alteração da “Lei do arrendamento” contribuiu igualmente para o dinamismo a que assistimos, nomeadamente nos projetos alavancados na componente de retalho, assim como o incremento substancial do número de turistas que nos visitam, o que tem auxiliado no desenvolvimento das zonas mais influenciadas por este movimento. Poderíamos ainda falar de programas como o Golden Visa, que terá tido um impacto mais visível no mercado residencial, bem como da política económica adoptada noutros países que têm levado bastantes cidadãos estrangeiros a fixar residência em Portugal.O mercado de retalho vive dias dinâmicos com a revitalização do comércio de rua, ainda muito circunscrito a zonas específicas das maiores cidades do País, a recuperação da performance de alguns centros comerciais, que como todos os restantes formatos de comércio sofreram durante os anos da crise e a retoma geral do comércio, que normalmente tem um desfasamento de 6 meses a 1 ano, em relação ao dinamismo registado no mercado de investimento.Deixei para o final a menção ao fim do programa de assistência, a que estivemos ligados por vários anos e que durante a sua execução afastou muitos dos investidores institucionais. Efetivamente, foram necessários muitos sacrifícios dos portugueses para podermos terminar o programa de ajustamento e recuperar, embora parcialmente ou de forma condicionada, a capacidade para escolher as nossas políticas e mais importante que tudo, recuperar a confiança no País. Deixei para o fim este aspecto, porque como todos sabemos, porque recuperar a confiança e credibilidade de um País muitas vezes é um processo longo e demorado, mas perdê-la, pode acontecer num ápice. No mundo global e em constante mutação em que vivemos, os perigos que nos espreitam são muitos e Portugal, como qualquer economia frágil e periférica, está mais vulnerável a mudanças que possam ocorrer, pelo que espero sinceramente que os nossos políticos, sejam eles de esquerda, centro ou direita, tenham a capacidade de não introduzir fatores adicionais que possam contribuir para aumentar os riscos a que normalmente já estamos sujeitos.Aproveito para desejar a todos umas óptimas festas e um próspero e excelente 2017.

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