Ativos core no centro das estratégias de investimento do setor imobiliário

De acordo com o Real Estate Investment Survey da Deloitte, uma ferramenta de acompanhamento das estratégias dos players do setor imobiliário português, no segundo trimestre de 2017, a estratégia de investimento para o mercado português passa já pela preferência por ativos Core (41%), em detrimento dos ativos Value Added. Estes investimentos no primeiro trimestre reuniam a preferência dos investidores. A transferência de preferência de investimentos em ativos que poderiam agregar valor aos portfólios (com o respetivo risco associado e com esforço adicional de gestão) para ativos que tenham um rendimento estável para os investidores é uma das principais notas a ter em conta. A recuperação de Portugal nos últimos anos, tal como de outros países europeus, da crise mundial que afetou a economia global devido às persistentes taxas de juros baixas e acesso a crédito, está a ser concretizada no setor imobiliário. A melhoria da performance do setor imobiliário tem sido notória, assistindo-se a uma nova dinâmica no setor que se tem vindo a refletir num aumento de transações por parte de investidores nacionais e internacionais, bem como num gradual aumento de preços. A tipologia dos investidores e/ou as suas estratégias de investimentos têm sido também adaptadas em função do desenvolvimento do mercado imobiliário. Assiste-se igualmente neste segundo trimestre, a uma perspetiva mais otimista por parte dos investidores relativamente à facilidade de captação de fundos para o financiamento de novas aquisições, desempenhando a Banca (41%) e os Fundos de Fundos um papel fundamental enquanto entidades financiadoras. Esta perceção é uma consequência clara das melhorias económicas que que já se fazem sentir em Portugal, e em particular na banca portuguesa. O perfil dos financiadores é um perfil mais conservador e que privilegia a menor exposição ao risco. Na opinião dos profissionais do setor, e tal como sugeriram também no 1º trimestre, a origem do capital para investimento surgirá, maioritariamente, da Europa (81% no 1º trimestre e 73% no 2º). Destaca-se ainda a crescente importância do continente asiático, que passou de 29%, na edição transata, para 36% na mais recente. Referente ainda à captação de fundos, a dimensão do financiamento, o número de investidores e a duração do processo, são os fatores apontados como os que mais significativamente podem influenciar este processo, na ótica dos inquiridos. Relativamente à estratégia de desinvestimento, os players do setor estão a privilegiar a alienação de ativos Core (41%). Nos próximos meses poderão ser colocados no mercado os ativos que foram adquiridos numa ótica de Value Added. Os compradores conseguiram de alguma forma melhorar a performance do ativo relativamente aos Cash Flows e Yields estimadas. Os Fundos de Fundos (36%) e os Fundos de Pensões (28%) Europeus (77%) serão os principais compradores de imobiliário em Portugal nos próximos tempos. Os compradores asiáticos começam a ganhar uma maior expressão. O dinamismo que se tem verificado no setor em Portugal não tem sido idêntico em todas as classes de ativos por setor. A hotelaria (78%) e o comércio/ serviços (67%) são os setores onde se perceciona que nos próximos três meses haja um aumento, quer no volume de transações, quer nos preços (perceção essa que já havia sido refletida no 1º trimestre do estudo). Portugal está definitivamente na rota dos investidores…

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