AGARREM-SE, VEM Aí UMA SUBIDA DAS YIELDS, SERÁ?

Com o aumento da inflação e tendo em conta as próprias previsões do BCE é expectável que a Euribor venha mesmo a subir abandonando os valores negativos em 2019.Ao nível do imobiliário, e uma vez que a generalidade das operações são alavancadas, começa-se a recear que o aumento dos juros possa influenciar o aumento das Yields.Os receios parecem fundados na relação que é patente desde 2013 em que a redução da Yield Prime (média de Escritórios e Retalho) acompanhou a redução da Euribor 3 meses.Aliás, num exercício de arimética simples de subtração da Euribor pela Yield Média percebe-se que desde 2009 (falência do Lemon Brothers) que o prémio sobre a Euribor se situa de um forma constante em torno do 500 p.b. tendo sido agravada em 100 p.b. no período da assistência financeira.A correlação parece ainda mais estreita com as taxas de juro implícitas nos novos contratos de crédito superior a 1 Milhão de euros a empresas não financeiras (NCCENF). Desde 2011, e portanto atravessando o período de assistência financeira, o Spread entre a taxa de Juro e Yield prime do imobiliário situa-se em valores entre os 200 p.b e os 250 p.b. É interessante ver que só em 2006 e 2007 o spread ficou abaixo dos 200 p.b. e com as consequências que os negócios efetuados neste período tiveram para o sistema financeiro nacional.Assim, percebem-se os receios no mercado uma vez que a ligação entre o custo de financiamento e as Yields é estreita.Numa análise ceteris paribus, os receios parecem fundados, no entanto, convém lembrar que a taxa de juro é um somatório da Euribor e um Spread bancário, e que alterações na política do Spread bancário têm um impacto semelhante à subida da Euribor. Assim, se se retirar a Euribor 3 meses à taxa de juro NCCENF ficamos com o Spread Bancário. Os números mostram a tendência consistente para a redução dos Spreads desde 2013Em termos de tendência, verifica-se que o atual nível de spreads continua elevado e que estes estão com uma acentuada tendência de queda.Em conclusão, julga-se pessimista assumir que uma eventual subida das Euribor vá impactar diretamente nas yields uma vez que a tendência de descida dos spreads é já per si suficiente para albergar qualquer subida da Euribor que não se espera que venha a ser significativa até 2019.

CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA ASSINANTES