A tendência atual irá prolongar-se em 2019

E agora o que acontecerá em 2019? Por um lado, é inevitável dizer-se que tudo o que sobe também desce e que a lógica de qualquer mercado nos diz que é possível que a tendência se inverta num curto período de tempo. De facto, há diversas razões para que tal possa acontecer ao mercado português: desde a retirada de mais-valias por parte de investidores institucionais a alterações aos regimes legais ou fiscais, que possam alterar a estratégia dos investidores face ao mercado imobiliário português. No entanto, olhando de forma muito pragmática para o mercado, e com os dados que temos disponíveis aos dias de hoje, não há nada que nos indique que alguma coisa irá mudar, de forma dramática ou preocupante, em 2019. Isto porque o mercado continua muito ativo, com mais compradores do que vendedores, em todos os setores do mercado. Além disso, as taxas de juro continuam em níveis muito baixos, mantendo o mercado atrativo a investidores. Porém, há algumas preocupações a ter em conta como a falta de produto no mercado para arrendamento de longa duração. Há uma clara vontade em legislar, no sentido de incentivar este mercado, mas o produto não aparece a curto prazo. O mesmo acontece com a construção nova. Não há dúvidas de que este mercado parece reanimar, contudo não haverá muito produto disponível neste novo ano. Por todos estes motivos, tudo indica que a tendência atual se prolongará para 2019, mesmo antecipando um arrefecimento dos preços em zonas mais especulativas, sobretudo em Lisboa. Em 2019 prevê-se que o arrendamento de longa duração conquiste algum interesse, graças aos incentivos dados a este mercado, o que irá contribuir para algum dinamismo nos mercados periféricos das grandes cidades e às cidades de média dimensão, onde a procura de arrendamento é mais importante, nomeadamente as cidades com polos universitários de maior relevo: Braga, Coimbra, Aveiro, Évora, entre outras. Nos últimos anos assistiu-se a um forte investimento estrangeiro no nosso país e é de se esperar que esse interesse continue, principalmente nos centros das grandes cidades, com destaque para Lisboa e Porto, mas prevê-se ainda uma procura por um ambiente mais rural, onde encontramos ainda excelentes imóveis a preços muito convidativos. Acredito que 2019 será ainda, sem dúvida, um ano francamente positivo para o mercado imobiliário português, no entanto talvez um pouco mais seletivo e menos tolerante à compra impulsiva e menos refletida, uma vez que a margem para grandes entusiasmos parece estar a desaparecer. Desta forma, olho para o novo ano com otimismo e com a certeza de que o mercado imobiliário continuará a dar um importantíssimo contributo para a economia do país.

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