Faz esta semana 25 anos que uma multinacional de serviços imobiliários, na altura chamada Healey & Baker, convenceu um jovem mediador imobiliário holandês, radicado em Portugal, a abdicar da sua independência e integrar uma estrutura internacional e altamente profissionalizada.Desde esse dia em 1991, muita coisa mudou. A estrutura internacional tornou-se global, o holandês já não é tão novo, e o mercado também amadureceu bastante!O desenvolvimento do país e do mercado imobiliário neste quarto de século foi extraordinário - não só a modernização das infraestruturas mas também, e sobretudo, das mentalidades.Construíram-se milhares de quilómetros de rodovias, novos aeroportos e infraestruturas tecnológicas – mas a verdadeira revolução é outra: de um país um pouco envergonhado, no início dos anos 90, e à procura do seu posicionamento no então recente contexto europeu, Portugal passou a ser uma nação mais segura de si, mais confiante, e um orgulhoso anfitrião para visitantes turistas, estudantes, empresas e investidores.E o imobiliário teve um papel importante na afirmação desta modernidade e na exposição do país ao exterior.Também há precisamente 25 anos, por exemplo, foi inaugurado o CascaiShopping, o primeiro centro comercial regional do país. Desde então, foram construídos quase 100 conjuntos comerciais, a maioria deles de altíssima qualidade, como atestam os muitos prémios internacionais atribuídos.No setor de escritórios, construíram-se mais de três milhões e meio de metros quadrados, e o mercado alargou-se também geograficamente, para incluir localizações novas como Miraflores, Oeiras e o Parque das Nações.No que respeita ao mercado industrial, desenvolveram-se pólos tecnológicos e parques logísticos junto às novas redes viárias, com um grau de sofisticação igual ao que encontramos noutros mercados europeus.Emergiu um mercado de investimento institucional, e proprietários profissionais do imobiliário, nacionais e estrangeiros, investiram aproximadamente 20 mil milhões de euros em centros comerciais, edifícios de escritórios, hotéis e armazéns. Desde 1991, o país teve 11 governos e legislou-se muito – e nem sempre bem. Há 25 anos, todo o mercado imobiliário reclamava uma nova Lei de Arrendamento, menos protetora do arrendatário e menos penalizante para o proprietário. Mas depois de várias tentativas sempre demasiado tímidas, finalmente, há apenas 4 anos, a almejada lei apareceu - e foi preciso a “Troika” obrigar o governo a legislar nesse sentido. A nova Lei do Arrendamento pecou por tardia mas teve o efeito imediato de contribuir para a reabilitação urbana, tão necessária para a preservação do edificado e a revitalização das cidades. Esperemos que o atual legislador não prossiga as suas intenções de reverter o que está bem, dando razão aos que consideram que o principal entrave ao investimento no país é a instabilidade legal e fiscal.E os próximos 25 anos, como será o imobiliário? Será que, com o avanço das tecnologias, os nossos filhos passarão a trabalhar, a comprar e a viver atrás de um ecrã? Pessoalmente penso que o ser humano é um animal social que precisa da interação com outros para se estimular e inspirar. Mas como a Cushman & Wakefield procura fazer melhor do que prognosticar só no final do jogo, estamos a planear uma conferência sobre o futuro do imobiliário, para o Outono deste ano.O lema da Cushman & Wakefield é precisamente “ajudar os clientes a transformar a maneira como o mundo trabalha, compra e vive”.Modéstia à parte, penso que a Cushman & Wakefield teve alguma influência nas transformações do mercado imobiliário ao longo do último quarto de século.Ajudámos a conceber, a comercializar, a avaliar e a gerir muitos dos mais emblemáticos empreendimentos imobiliários do país – centros comerciais de norte a sul (e ilhas!), parques de escritórios e logísticos em redor de Lisboa, edifícios e lojas nas principais artérias de Lisboa e do Porto.Tivemos a honra e o privilégio de colaborar com as principais empresas de promoção imobiliária; com muitas pequenas e médias empresas portuguesas e com as maiores multinacionais; com os grandes investidores nacionais e estrangeiros; com cadeias de lojas de renome e com empreendedores com ideias comerciais inovadoras, alguns dos quais são hoje cadeias de renome.Aconselhámos centenas de clientes, procurando sempre fazê-lo com profissionalismo, rigor e isenção. Tentamos ser positivos sem lirismos, realistas sem cinismos.Estamos conscientes de que o nosso sucesso se mede apenas pelo sucesso dos nossos clientes, e que o nosso valor é aquele que acrescentamos aos ativos e às atividades dos nossos clientes.A própria Cushman & Wakefield também mudou, acompanhando as exigências do mercado e a tendência da globalização.Em 1991, eramos 5 pessoas e facturámos 74 mil contos (para os millenials presentes: são aproximadamente 375 mil euros). Hoje somos mais de 80 profissionais do imobiliário, que oferecem serviços cada vez mais diversificados, nas áreas como o arrendamento, a venda ou a compra de imóveis comerciais, e a gestão de imóveis, a gestão de projectos, as avaliações, o research e estudos de mercado. Esperamos este ano atingir uma faturação 25 vezes superior à de 1991! Estamos a ter o melhor ano de sempre e esperamos vir a ser, pelo segundo ano consecutivo, o escritório mais rentável da Europa!Quando começámos a operar em Portugal, integrávamos uma rede europeia com uns 15 escritórios, dirigidos a partir de Londres. Hoje, e após a mais recente fusão com a DTZ no ano passado, somos a segunda maior empresa do género no mundo, com 43 mil colegas em 250 escritórios espalhados por 60 países, e com sede mundial em Chicago, e que fatura 5 mil milhões de dólares por ano.(...) A todos os amigos e clientes, o nosso obrigado, pela confiança ao longo dos anos. A Cushman & Wakefield espera poder continuar a trabalhar convosco e a merecer a vossa confiança. Muito obrigado.