Fazíamos capa da edição de 2020 com a expressão “Imobiliário Português entra na nova década com o pé direito”. É difícil imaginar o quanto estávamos errados, mas obviamente escrevemos com o que melhor sabíamos e conhecíamos à data, sem podermos imaginar o que traria o resto do ano!Entramos em 2021 com a esperança de uma vacina, achamos que tudo estaria finalmente resolvido! Fomos apanhados mais uma vez com uma onda de morte como nunca conhecemos, que nos obriga a regressar a casa e a confinar!Todas as minhas palavras foram e continuam a ser de esperança. Não de uma forma vã, só porque sim, mas porque a evidência dos números e dos factos sustenta que, por mais duro que seja o presente momento, há fundamentos para uma rápida recuperação.Não nos arriscamos a falar em “pés direitos”, mas cá vão três reflexões rápidas que sustentam uma visão de otimismo quanto ao futuro!1) A Europa fez prova de vida na gestão da crise pandémica e avança com um pacote de apoio económico, que pela primeira vez vai contemplar a fileira do imobiliário e da construção via agenda da descarbonização. A construção sustentável vai estar em definitivo na agenda!2) A injeção de liquidez na economia é massiva e a disponibilidade para investir no mercado imobiliário nunca foi tão grande. As taxas de rendimento vão descer, mas os valores de transação vão manter-se ou mesmo valorizar.3) A crise económica a que assistimos não tem um fundamento clássico. Foi uma interrupção imposta e assim sendo há motivos que sustentam uma recuperação rápida e forte.O mais desafiante... As consequências de longo prazo no comportamento social e o que vai mudar depois da pandemia. Esse é o verdadeiro desafio de 2021Em janeiro de 2021 falar do futuro nunca foi tão difícil, mas deixamos nesta edição da Vida Imobiliária muitos balanços e perspetivas para o ajudar a navegar nestes dias de dificuldade!