No panorama imobiliário português, tudo indica que 2018 será um ano positivo, em linha com o ano de 2017, mantendo o crescimento sustentável na senda do que se tem verificado no mercado desde 2013, com os impulsos do sistema financeiro (por via da concessão do crédito à habitação), da conjuntura externa. O ano que passou, foi um ano que marcou de forma muito animadora o mercado imobiliário português, numa reta ascendente que se assentou não apenas na internacionalização do setor, mas também no mercado interno que regressou em força, sobretudo no segmento de compra e venda. Neste novo ano, esperamos continuar a beneficiar do bom momento que Portugal tem vivido e que tem feito com que o nosso país esteja nas bocas do mundo, pelos melhores motivos. No entanto, há com certeza desafios que teremos pela frente, e cuja resolução não será simples e não dependerá apenas dos agentes do setor. É necessário voltar a apostar na construção nova. A reabilitação urbana mantém-se como desígnio nacional, sem sombra de dúvida, mas já está desenvolver-se um pouco por todo o país com o investimento de privados. No entanto, nas principais cidades, já não é suficiente para dar resposta aos problemas habitacionais que se registam e que exigem intervenção do Estado e das autarquias. Com a falta de stock imobiliário a incitar o aumento de preços, quer no mercado de compra e venda, quer no mercado de arrendamento, não conseguindo dar resposta as necessidades reais dos jovens e famílias portugueses que não reúnem as condições necessárias para comprar uma casa, nem o orçamento familiar que lhe permita pagar as elevadas rendas que vão sendo praticadas. Neste âmbito, cabe ao poder público encontrar alternativas, que podem e devem passar pelo incentivo aos privados para a construção de nova habitação e colocação de ativos no mercado a preços acessíveis, estando já previstos incentivos fiscais aos proprietários que coloquem os seus ativos no mercado de arrendamento urbano a preços que as famílias possam pagar. As expetativas sobre esta medida são elevadas, e ainda que não resolva todos os problemas, marca finalmente a mexida nas questões fiscais que estão há muito relacionadas com a ausência de dinamismo do mercado de arrendamento. 2018 reúne as condições para se afirmar como mais um ano positivo para o imobiliário!