2017: Hora de balanço

O mercado residencial continua a ser a estrela da companhia, expulsando outros segmentos das luzes da ribalta. Já ultrapassa a centena de milhar de metros quadrados de escritórios que nos últimos anos, no centro da cidade de Lisboa, foram convertidos de escritórios em habitação. E os preços máximos de venda registados continuam a subir. Os escritórios continuam a debater-se com a falta de produtos novos, estando a pipeline para 2018, que apenas tem um edifício novo, praticamente tomada. De realçar que, finalmente, o interesse na promoção de escritórios já começa a aparecer. Para lá das politiquices da Agência Europeia dos Medicamentos e do Infarmed, começa-se a falar de uma forma consistente no mercado de escritórios do Porto, que assim começa a dar passos firmes para se fixar nos radares dos investidores e utilizadores deste produto. O retalho tem vindo a registar uma grande dinâmica, que encontra tradução na expansão da de distribuição e restauração, de uma forma genérica, e de atividades ligadas ao turismo nas zonas históricas das cidades de Lisboa e Porto. O mercado hoteleiro, motivado pela crescente procura e melhorias dos indicadores de rentabilidade tem vindo a registar uma forte dinâmica de procura, cuja concretização apenas é travada, particularmente em Lisboa, pela dinâmica do mercado residencial. Ainda não foi em 2017 que a Logística despertou. Fica a promessa que será em 2018. Portugal continua a estar no radar dos investidores imobiliários internacionais, sendo que estes estão muito ativos na procura de dois bens, um muito escasso: ativos core; e, outro em mutação: com valor acrescentado Já foi percebido pelos investidores que este último não é suscetível de ser encontrado na redução de preços (acabaram os saldos) mas no desenvolvimento de projectos, que, para os seus perfis e disponibilidade de meios, têm necessariamente de ter uma certa magnitude. E que mais nos trará 2018? No mercado de habitação, mais do mesmo, sendo que a dificuldade em comprar ativos a montante poderá refletir-se no aumento de preços a jusante, mantendo-se a procura nos níveis que se têm vindo a registar. O mercado de escritórios, tanto em Lisboa como no Porto, irá ter como desafio a falta de oferta em qualidade e quantidade para as procuras existentes. É extremamente desafiante encontrar escritórios de qualidade e dimensão. A visibilidade da mudança de propriedade de ativos, sobretudo sob a forma de terrenos, com capacidades de construção significativas (acima dos 15-20.000 m2), tanto em Lisboa como no Porto, cujo produto final, maioritariamente, não será disponibilizado antes de 2019. Irá materializar-se a tentação de condicionar a expansão do “mercado hoteleiro”, latu sensu? Novos produtos irão continuar a crescer de uma forma exponencial, como os que se situam nos extremos etários: residências para estudantes e para seniores Os primeiros produtos, estruturados e com escala, irão ser oferecidos em 2017. Outros já estão apontados e a pipeline, bem como a procura que os espera é significativa. Bolha? Ainda não se avista. Assim os bancos consigam resistir à tentação de começarem a gladiar-se no financiamento do imobiliário. Prestemo-nos então a percorrer 2018, com uma recomendação: vão medindo o Queijo*. *Quem Mexeu no Meu Queijo, Dr. Spencer Johnson

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