2017 o ano de consolidação para o setor imobiliário

Além da reabilitação urbana, que está em alta, a construção nova começa a estar de volta, devido ao aumento da procura e maior disponibilidade de investimento e financiamento da banca.A figura do proprietário voltou ao imaginário coletivo depois de ter desaparecido nos anos mais duros da crise. Atualmente, os pequenos e médios investidores ou, até mesmo quem tem algumas poupanças, optam por colocar as suas economias no mercado imobiliário. A isto ajudou o fato de os custos associados ao crédito à habitação terem voltado a baixar em 2016. Enquanto os empréstimos antigos beneficiam de taxas de juro em mínimos históricos, com as Euribor cada vez mais negativas, quem pediu financiamento para comprar casa no último ano teve acesso a "spreads" mais baixos. E a tendência deverá manter-se, ainda que a margem para compressão de taxas seja agora menor.Nos grandes mercados, como Lisboa e Porto, a tendência continuará a ser a reabilitação urbana, visto oferecer um vasto conjunto de oportunidades a preços competitivos para os investidores estrangeiros em comparação com resto da Europa. A evolução do mercado ocupacional e da atratividade destas cidades como destino europeu, são alguns dos fatores que irão beneficiar a captação de investimento estrangeiro. Recordando que os estrangeiros (chineses, por via dos golden visa, franceses, pelo regime de residentes não habituais, mas também de muitas outras origens) têm sido o principal motor de crescimento do setor imobiliário desde o segmento residencial ao comercial. No Idealista podemos constatar que cerca de 20% do tráfego tem origem no estrangeiro, o que comprova o elevado interesse pelo mercado português. Por outro lado, o aumento das rendas em 2016 provocado pelo crescimento do turismo (que continua a registar valores históricos) e consequentemente o investimento em alojamento local, originou uma subida de preços nestes centros urbanos. Se olharmos para o caso da vizinha Espanha, que vive uma situação semelhante, o preço dos arrendamentos subiu 43% em Barcelona e 26% em Madrid nos últimos dois anos, segundo dados do Idealista.Apesar deste forte dinamismo que o setor está a viver, sobretudo nas grandes cidades, e da recuperação dos preços, (em Lisboa subiram 11,8% e no Porto 6,5%, dados revelados pelo índice de preços de venda do idealista referente ao quarto trimestre de 2016), rejeita-se que se esteja a viver ou que haja o risco de haver uma bolha imobiliária, como a que sofreu, por exemplo, Espanha. Em vez disso, preferimos falar de entusiasmo. No entanto, o mercado deve ser encarado com cautela devido aos vários condicionamentos políticos e económicos.Perante um panorama como este, abre-se uma nova janela para os profissionais imobiliários, converterem-se no melhor aliado do investidor e participar ativamente em todo o ciclo deste novo processo: a seleção dos melhores imóveis, a negociação da compra e posterior comercialização no mercado.Todo o conhecimento que os profissionais acumulam sobre os seus mercados locais, ganha uma nova dimensão e torna-os numa peça fundamental para um mercado que seguramente continuará a crescer nos próximos anos.

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