A informação foi dada pelo diretor adjunto de expansão da Ikea Portugal, Fernando Caldas, durante a V Executive Breakfast Session, organizada pela Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários, em Lisboa. Segundo o responsável, «através dos códigos postais que pedimos» aos clientes, «sabemos que não estamos a chegar aos centros das cidades» como a empresa pretende. Nesse sentido, «estamos já a trabalhar num projeto em Lisboa, muito ambicioso e muito difícil». O responsável não especificou, no entanto, a localização ou investimentos envolvidos.
Este novo conceito de loja será mais pequeno. Seguindo o exemplo de Hamburgo, o espaço deverá ter uma área de aproximadamente 1.000m², com zona de “inspiração”, vendendo itens mais pequenos, onde será possível encomendar os maiores, pedindo para a entrega ser feita em casa.
«Perguntamo-nos se lojas como as de Alfragide ou Loures serão o futuro da Ikea, e achamos que não», referiu Fernando Caldas na ocasião. Isto porque «as lojas são cada vez mais diferentes, são um sítio de experiências, de inspiração, e temos de repensar o retalho do futuro».
«Até 2020 queremos ser energeticamente independentes»
Até 2020 a Ikea pretende ser energeticamente autossuficiente. Para já, produz 53% da energia que consome.
Isto porque a preocupação com a sustentabilidade faz parte das políticas da empresa. Só no ano passado, a Ikea alocou 1 bilião de euros nas questões das alterações climáticas, e doou 400 milhões de euros às comunidades que mais sofrem com o fenómeno.
Entretanto, em Alfragide, já está concluída a instalação de 10.000 painéis solares fotovoltaicos, que permitem que 26% da energia usada pela loja seja completamente limpa, seguindo um modelo de auto consumo. Através de uma parceria com a Ikaros Hemera e de um investimento de 4 milhões de euros, o mesmo deverá ser feito nas lojas de Alfragide, Matosinhos, Loures, e na futura loja de Loulé.
Nesta sessão, que decorreu esta 6ª feira no Marriott Lisboa, estiveram também presentes, entre vários membros da APPII, Duarte Caro de Sousa, diretor geral da Ikaros Hemera, Manuel Duarte Pinheiro, IST/LiderA, e Jorge Rodrigues de Almeida, ICP Europe, que se debruçaram sobre as questões do auto consumo e da eficiência energética no imobiliário e, em particular, na promoção imobiliária, tanto em projetos empresariais como em projetos habitacionais, e que desafios existem atualmente. De uma forma geral, os profissionais concordaram que a atual legislação do auto consumo é mais compensatória para projetos comerciais e para consumos fixos, sendo que a sua rentabilidade é, para já, mais limitada no caso da habitação.