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Estes italianos residentes em Lisboa, conscientes da sua relevância enquanto grupo no seio da sociedade portuguesa, sentiam a necessidade de se reunirem à volta duma igreja própria, de constituir uma confraria que dependesse diretamente da Santa Sé de Roma, substituindo a devoção a Santo António pela devoção à Virgem do Loreto. Foi desta vontade que, em 1518, se iniciou a construção da Igreja de Nossa Senhora do Loreto, no Largo do Chiado, cuja abertura ao culto aconteceu em 8 de janeiro de 1522.
Desde então um marco na cidade de Lisboa, esta Igreja viu iniciar em 2011 um plano de operações de reabilitação e valorização. Num tipo de atividades em que o conhecimento e a experiência fazem a diferença, a Fábrica da Igreja Italiana de Nossa Senhora do Loreto contratou a Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A. para desenvolver os trabalhos em 3 fases: 1ª fase com início em setembro de 2011 e que durou de 6 meses; 2ª fase com início em fevereiro de 2017 e duração de 1,5 meses; e a 3ª fase com início em maio de 2017 e duração de 8 meses. As operações abordaram 4 zonas: cobertura, fachadas, Torre Sineira e Altar-Mor, Nave e Coro-Alto. Durante estas intervenções a Igreja permaneceu aberta ao público e o seu funcionamento normal esteve assegurado.
A cobertura, com uma inclinação de 34,5º, exigiu uma intervenção de reforço das entregas dos elementos em madeira sobre as paredes de alvenaria, incluindo a substituição total da telha com a introdução de sistema de isolamento térmico.
Na fachada lateral, foram removidas as argamassas cimentícias que a constituíam e aplicadas argamassas de cal com um revestimento em argamassa de silicatos pigmentada. A fachada principal toda em cantaria de pedra calcária “Ançã” foi objeto de conservação e restauro, sendo os elementos escultóricos (São Paulo e São Pedro) nela inseridos, sujeitos a exames metódicos e rigorosos que incluíram análises físico-químicas ao material pétreo.
Os trabalhos na Torre Sineira consistiram na reabilitação, conservação e restauro dos sete sinos-cabeçalhos existentes na torre, cujo peso varia entre os 42 Kg e 620 Kg e o diâmetro entre 0,44m e 1,00m. Foi instalado um sistema de automatismo de toques para assinalar eventos litúrgicos, com acerto automático das horas verão/inverno e interligado a um relógio computadorizado que toca horas e meias horas. Foi também colocado no paramento exterior da Torre Sineira (alçado Poente – virado para a Rua da Misericórdia), um mostrador com 1,20 m de diâmetro.
Concluídos os trabalhos exteriores, iniciou-se uma fase de restauro do edifício e seu recheio. Na Nave foram realizados trabalhos de limpeza, consolidação, integração volumétrica e cromática, conservação e restauro nas áreas das cantarias, talha, estuque tradicional, pintura mural e douramento, segundo as técnicas tradicionais e as boas normas de arte e princípios na área da conservação e restauro.
Dada a geometria e a arquitetura da Igreja, a iluminação natural incidia apenas num dos lados da Nave, o que promovia um desequilíbrio luminotécnico e visual. De entre as luminárias existentes, que não se enquadravam esteticamente no espaço, algumas não se encontravam operacionais e outras simplesmente não valorizavam nem realçavam os objetos escultóricos e pictóricos. Eram igualmente pouco eficientes e tinham diferentes tons de luz, criando uma panóplia de tons contrastantes sem uma regra.
Foi assim montada uma estrutura elíptica a 10 metros do pavimento, que acompanha a geometria longitudinal da Nave, sendo que na face superior desta é projetada luz com tiras de LED de luz indireta para iluminar o teto que integra uma pintura mural de decoração figurativa e vegetalista da autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho (Séc. XIX), considerado o elemento artístico de maior relevância da Igreja.
Suspensos nesta estrutura elíptica foram colocados 64 focos esféricos que, direcionados para os diferentes elementos arquitetónicos, gravuras e pinturas canónicas distribuídas nos paramentos da Nave, os realça e valoriza.
Nas janelas foram aplicadas telas “sunscreen” – manuais e monitorizadas -, que controlam de modo equilibrado a luz natural no interior da Igreja.
Com recurso a um equipamento informático foram auto programados vários cenários por forma a criar as ambiências para os diferentes eventos litúrgicos: missa diurna; missa noturna; missa solene; visitas e luz de serviço.
O objetivo da intervenção foi limitar a intervenção ao estritamente indispensável para a manutenção da integridade, durabilidade e acessibilidade dos objetos escultóricos e pictóricos existentes. As soluções e técnicas adotadas foram assim tão inovadoras como respeitosas da história e tradição.
Para a Teixeira Duarte, a participação neste projeto da autoria do arquiteto Luis Rebelo de Andrade foi um desafio e uma honra. Vê-lo em 2020 a ser distinguido com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana vem reforçar a capacidade de atuação da empresa na área da conservação e restauro, onde já conta com um vasto “portfolio” de obras de reabilitação e reforço das fundações e estruturas, e de conservação e restauro do Património e Construções Tradicionais ou Antigas, em Portugal e no estrangeiro: Torre de Belém e Igreja da Graça, em Lisboa; Sé Nova e Santa Clara-a-Velha, em Coimbra; Palácio de Monserrate e Chalet da Condessa D’Edla, em Sintra; Monumento Riadh El-Feth, na Argélia; Fortaleza de S. Sebastião, em Moçambique; entre outros. Ainda no decorrer de 2020, a Teixeira Duarte iniciará as obras de reabilitação das coberturas e fachadas do Colégio de S. Pedro, para a Universidade de Coimbra.