O número de unidades transacionadas em resorts aumentou 20% no 1º semestre deste ano, face ao 2º semestre de 2021. Estas são as contas do mais recente relatório “Portuguese Resorts Market Report”, produzido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts e apoiada pelo Turismo de Portugal.
Este crescimento semestral de 20% – um dos níveis de atividade mais elevados desde 2017 – deve-se sobretudo pela maior diversificação de nacionalidades nos vários destinos, e o reforço dos britânicos no seu mercado tradicional. Albufeira-Loulé e a Costa Atlântica são responsáveis por cerca de um terço das vendas cada, sendo que Albufeira-Loulé registou também preços médios de venda de 4.625€/m². Barlavento e o Sotavento foram responsáveis por cerca de 20% das vendas cada, com vendas em níveis idênticos ao do seu padrão habitual, respetivamente em torno dos 3.000€/m2 e dos 3.800€/m2.
Conforme os resultados do SIR-Resorts, os britânicos realizaram 56% das aquisições internacionais no eixo Albufeira-Loulé no primeiro semestre de 2022, voltando a posicionar a sua quota acima dos 50%. Os britânicos, que tinham perdido a expressão neste eixo (para cerca de 40%), deram sinais de abertura aos mercados fora do Algarve. No ano passado, lideraram mesmo as compras internacionais de resorts na Costa Atlântica (entre a região do Oeste e o Litoral Alentejano), com uma quota na ordem dos 20% neste destino.
Resorts exibem comportamento de estabilização no 1º semestre
Após uma forte subida no final de 2021 (+13%), os preços da habitação integrada em resorts assinalaram um comportamento de estabilização no período em análise, com uma variação semestral de 1,5%, de acordo com o Índice de Preços de Resorts. Em termos homólogos a valorização mantém-se também robusta (+14,6%), refletindo ainda o crescimento semestral consecutivo dos preços desde 2020, indica o relatório.
Oferta de resorts acompanha a tendência dos preços de venda
De acordo com o SIR-Resorts, a oferta de resorts acompanha a tendência dos preços de venda, mantendo os valores estáveis no período em análise, com um valor médio de 4.301€/m2, pouco diferindo dos 4.382€/m² do semestre anterior: mantém-se assim no mesmo patamar dos últimos anos, designadamente entre os 4.000€/m² e os 4.500€/m².
O comportamento na gama mais elevada do mercado, acompanhada pelo percentil 95 dos valores de oferta, é idêntico, com os resorts em oferta nesta franja a atingirem 7.972€/m2 no semestre em análise, refere o SIR-Resorts.
Para Pedro Fontainhas, Diretor Executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts: «os resultados deste relatório confirmam que a procura por habitações nos resorts portugueses tem sido crescente em muitos mercados internacionais. A excelência dos resorts portugueses é já reconhecida em todo o mundo. Estes empreendimentos afirmam-se cada vez mais como locais de eleição para adquirir um imóvel, seja para investir, seja para viver de forma permanente. De referir que esta procura está a ser correspondida por uma oferta crescente resultante de diversos investimentos em projetos turísticos residenciais em Portugal».
Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário, sublinha que «os resorts são um produto no qual Portugal é muito forte, aliando a qualidade paisagística e urbanística a uma oferta residencial de muita qualidade, integrada em serviços de valor acrescentado. É um mercado muito maduro, que até há pouco tempo definiu os tetos de valor no mercado nacional. Hoje Portugal oferece uma oferta diversificada, por exemplo de índole mais urbana, que contribui para a sedimentação do perfil de valor do nosso mercado. Toda essa transformação veio afirmar Portugal como um destino seguro para os compradores internacionais, dotando-o de forte resiliência, tendo superado com sucesso um ciclo de fortes adversidades, como o Brexit e a pandemia».