De acordo com o último relatório do Raising Capital from Corporate Real Estate da JLL, a comercialização de imóveis corporativos na Europa, Médio Oriente e África (EMEA) arrecadou 25,6 mil milhões de euros, em 2022. Apesar da queda de 14% no volume de investimentos anual em todo o mundo, os mercados imobiliários conseguiram resistir às dificuldades económicas globais.
Pelo quinto ano consecutivo, as vendas de imóveis corporativos ultrapassaram os 25 mil milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 9% em relação à média dos últimos 10 anos. O Reino Unido, a Alemanha e a França continuam a ser os mercados mais ativos, representando 54% do valor total das transações na região. Na região EMEA, os escritórios e imóveis industriais representaram 60% do valor total de transações. Os imóveis industriais e logísticos geraram 9 mil milhões de euros em transações.
“Em Portugal também já se verifica esta tendência de alienação de imóveis próprios por parte das empresas”
Gonçalo Santos, Head Of Capital Markets JLL, sublinha que «em Portugal também já se verifica esta tendência de alienação de imóveis próprios por parte das empresas, muitas vezes envolvendo a opção de permanecerem como arrendatários, nas operações que conhecemos como sale & leaseback. A grande motivação das empresas é libertar capital para investimento na atividade ou para amortizar dívida face aos elevados custos de financiamento»
Não obstante, defende este responsável, «não é ainda uma opção amplamente adotada pelo tecido empresarial português, que muitas vezes vê o seu imóvel como parte indissociável de negócio, especialmente na área industrial. Acreditamos, contudo, que a venda de imobiliário próprio será uma opção estratégica considerada por cada vez mais empresas em Portugal, pois além de ser uma fonte de recapitalização permite ainda reduzir os encargos associados à propriedade e manutenção de um imóvel».
Segundo Nick Compton, Head of EMEA Corporate Capital Markets JLL, «em 2022 as empresas enfrentaram diversos obstáculos que afetaram seu crescimento, aumentaram os seus custos e tiveram quebras em algumas cadeias de abastecimento. Para as empresas que ocupam os seus próprios imóveis, o desbloqueio de capital continuou a ser uma opção atrativa e viável para gerar liquidez, num ambiente de custos mais elevados, complementando as opções de financiamento corporativo tradicionais. Acreditamos que as empresas detidas ou controladas por capitais privados continuem a impulsionar esta atividade de rentabilização».