Após ter ficado online no 4º trimestre de 2024, o primeiro edifício do Campus do Centro de Dados de Sines, promovido pela norte-americana Start Campus foi inaugurado com pompa e circunstância esta sexta-feira, numa cerimónia que reuniu os líderes da empresa e altos representantes do Governo nacional, da Embaixada dos EUA e de várias outras entidades públicas.
Em causa está o SIN01, com capacidade para 26 MW e que representa “o maior edifício de centros de dados em Portugal, vindo duplicar a atual capacidade do país”, frisou Robert Dunn. Preparado para tecnologias cloud, de inteligência artificial (IA) e HPC – High Performance Computing, este é apenas o primeiro (e o menor) dos seis edifícios que integrarão o projeto da Start Campus em Sines, que no final terá uma capacidade total de 1,2 GW de IT, estando o acesso à rede e fornecimento de energia totalmente assegurado. O SIN02 é o próximo a arrancar, com início de construção previsto para meados de 2025, somando mais 180 MW de capacidade ao complexo.
Alocando um investimento global de 8,5 mil milhões de euros ao desenvolvimento deste projeto, os responsáveis da Start Campus estão confiantes no seu efeito multiplicador. “Acreditamos que os nossos clientes e parceiros vão multiplicar este investimento várias vezes com os seus projetos”, que poderá vir a atingir os 30 mil milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos, prevê Robert Dunn.
“Portugal pode ser a porta de entrada dos grandes projetos em IA na Europa”
Reafirmando que “Portugal é muito atrativo para a captação de investimentos na área dos dados e de IA”, o CEO da Start Campus considera que “com investimentos como este, o país tem a oportunidade de se tornar a porta de entrada para os grandes projetos de IA da Europa”.
“Geograficamente, Portugal beneficia de uma posição ímpar no que toca à acessibilidade de cabos de comunicação”, realçou Douglas Koneff, Charge D’Afaires na Embaixada dos EUA em Lisboa, definindo o Centro da Start Campus como “um game changer” no que toca ao posicionamento do país na nova economia de dados. “Hoje não estamos apenas a inaugurar um projeto, mas sim as bases de uma nova e importante parceria entre Portugal e os EUA”, afirmou, lembrando que os dois países partilham uma fronteira comum: o Atlântico.
Por isso mesmo, “esta é uma boa semana para dizer que bom que não há fronteiras! Que bom que trocamos investimento com os Estados Unidos da América! Que boa semana para nos lembrarmos como são boas as parcerias, e que as tarifas e barreiras não fazem sentido! E que deve ser o Liberalismo em vez do Protecionismo o caminho para uma economia global forte!”, declarou o ministro da Economia, Pedro Reis.
Congratulando a importância estratégica deste investimento para a região e para o país, e reconhecendo publicamente que “o anterior governo foi muito importante” para a sua concretização, o ministro Pedro Reis considera que este projeto representa “o futuro da economia portuguesa”. E explica: além de materializar “alianças estratégicas profundas”o projeto da Start Campus “faz muito mais do que duplicar a capacidade de armazenamento de dados, pois permite passarmos da armazenagem de dados para o seu processamento e computação, e é aí que está o verdadeiro valor acrescentado para a economia de dados”. Sem esquecer que “foi desenvolvido com recurso a soluções e tecnologias de ponta na área da sustentabilidade, tornando-se um verdadeiro “state of the art” neste campo, espelhando o que de melhor a economia pode ser. Além que preconiza a competitividade da energia portuguesa, e da capacidade de produção do nosso país nessa área”.
Recorde-se que o Campus de Dados de Sines é um projeto financiado por capitais privados, suportado pelos norte americanos da Davidson Kempner Capital Management e da Pioneer Point Partners.
Posicionando Portugal como líder global em infraestrutura digital, é promovido pela Start Campus, que explica que o “SIN01 está otimizado para responder às elevadas exigências de desempenho de IA, cloud de hiperescala e aceleração digital, aproveitando a posição única de Portugal como um hub de energia de baixo carbono e alta disponibilidade”