Até ao final do próximo ano, deverão ser criados 474.000 metros quadrados de novos espaços de escritórios e instalações laboratoriais para o setor das Ciências da Vida na Europa, prevê a Savills no seu estudo “European Life Sciences”. Isto porque os 10.200 milhões de euros investidos no setor entre 2019 e 2020 vão exigir a criação de novos espaços para as empresas sediadas no Velho Continente.
Só no primeiro semestre deste ano foram investidos cerca de 4.000 milhões de euros na área das Ciências da Vida na Europa, mais de metade do volume registado no ano passado, o que «indica uma atratividade cada vez maior deste setor», segundo a consultora, que estima que por cada 1.000 milhões de euros investidos serão criados 46.000 metros quadrados de novos espaços para executar as injeções de capital.
Este setor, que ganha importância num contexto de aumento do envelhecimento da população e também de pandemia, «terá que competir com outros segmentos pela aquisição de novos espaços». As previsões da Savills apontam para um aumento de 5.500 milhões de metros quadrados da oferta de novos escritórios na Europa até ao final de 2021, e de 5.100 milhões de metros quadrados até ao final do próximo ano. Mas ressalva que «54% da nova oferta planeada para 2021 e 39% da nova oferta para 2022 já têm o destino traçado, pelo que a competição sobre a oferta de novos escritórios ainda no mercado deverá ser aguerrida».
Ciências da vida ganham peso em Portugal
Portugal segue a tendência europeia. Entre 2015 e 2020, o setor dos laboratórios farmacêuticos foi responsável pela ocupação de mais de 30.000 espaços de escritórios no mercado de Lisboa, num peso de 3,4% do volume total de área ocupada nesse período. Mas o setor das Ciências da Vida já aumentou o seu peso de 2,3% em 2019 para 6,3% em 2020.
Alexandra Gomes, Head of Research da Savills Portugal, explica em comunicado que «indissociável de um aumento expectável da procura por parte deste setor, surge um interesse crescente pela aposta em serviços de cuidados de saúde e alojamento direcionados à classe sénior. Não devemos também esquecer que existem programas governamentais de incentivo ao desenvolvimento e criação de empresas e organizações com capacidade científica e tecnológica, que também se assumem como uma força impulsionadora da procura futura de novos espaços de escritórios inseridos neste segmento de atividade».