Ritmo do mercado imobiliário vai acelerar no 2º semestre

Ritmo do mercado imobiliário vai acelerar no 2º semestre

 

Esta é uma das principais conclusões do estudo Market 360º da JLL, que mostra que, até junho, foram investidos 1.473 milhões de euros, mais 43% que no ano anterior, volume impulsionado «pela forte atividade na ocupação de escritórios, de lojas, e pela venda de casas».

Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, acredita que «foi uma primeira metade do ano perfeitamente fantástica para o setor imobiliário português, não só devido ao elevado fluxo de operações, mas também porque assistimos a algumas das maiores transações de sempre no mercado. E mais, isto aconteceu quer em ativos de rendimento, como também em ativos destinados à promoção imobiliária, para além do ritmo robusto verificado na venda de casas, onde o número de nacionalidades a comprar supera os dois dígitos».

E completa que «para o segundo semestre, prevemos que o mercado evolua a um ritmo ainda mais forte, tendo em conta os negócios já concretizados, bem como os ativos em pipeline que estão em negociação».

Portugal está, segundo a JLL, a beneficiar de uma conjugação favorável de fatores internos e externos, como o crescimento económico, aumento do risco nos mercados de capitais ou o baixo retorno de investimentos mais conservadores. Aumenta o interesse do investimento internacional (um dos principais motores do mercado) e a diversificação dos perfis de investimento, e cada vez mais os investidores olham para portfólios de grande envergadura. A consultora acredita que, do lado da oferta, também poderá surgir mais negócio por parte da banca, cuja exposição ao imobiliário é muito elevada e que está a colocar no mercado grandes portefólios.

É de notar uma progressiva tendência de subida das rendas nos escritórios, lojas e habitação, «devido ao persistente desequilíbrio entre a falta de oferta e a dinâmica da procura. Já no primeiro semestre, este foi o principal motivo para o aumento das rendas prime nos escritórios», nota a JLL. Mas é na habitação que mais se sente esta subida, «onde a oferta de arrendamento de longo-prazo é bastante incipiente e boa parte do produto não chega sequer a vir para o mercado, com rendas muito elevadas no centro da cidade e que tendem a subir».

Para Pedro Lancastre, «é importante que toda esta “onda” de crescimento se mantenha acompanhada por um quadro fiscal e legal estável, com o mínimo de alterações possível. Sobretudo no que diz respeito ao mercado residencial onde algumas propostas de lei, a serem aprovadas, podem matar à nascença o praticamente inexistente mercado de arrendamento. Este mercado tem um grande potencial de crescimento no médio-prazo, pois a atual falta de casas para arrendar, conjugada com o aumento generalizado dos preços da habitação e com o estilo de vida diferente das novas gerações, tem despertado o interesse de diversos players do setor, que poderão dar finalmente escala à oferta para a classe média portuguesa».