A RAR Imobiliária assume-se em 2021 «otimista», depois de um ano «de adaptação e mudança» a nível global, devido à pandemia e de «alguma contenção e reflexão no que diz respeito a novos investimentos».As palavras são de Paula Fernandes, CEO da RAR Imobiliária, que explica à Vida Imobiliária que «as expectativas muito favoráveis que existiam para esse ano, e que suportavam o planeado, efetivamente não se atingiram, não obstante de se terem verificado resultados positivos».Neste momento, a RAR tem em fase final de construção as moradias da Quinta do Paço do Lumiar, em Lisboa. O projeto é assinado por Eduardo Souto Moura.Ainda no primeiro trimestre deste ano, a RAR arrancou a construção do projeto Novo Parque, em Matosinhos Sul, que já se encontra em comercialização, e que deverá ser concluído dentro de dois anos. O empreendimento representa um investimento global de 24 milhões de euros e terá 73 apartamentos, com tipologias T1 a T4+1, com valores de venda entre os 250.000 e os 870.000 euros.«Este projeto tem a particularidade de, numa prumada de um dos edifícios, ter sido desenvolvido um conceito diferente, para seis apartamentos que pretendem subverter as relações social e privado. Criaram-se espaços híbridos e comunicantes, capazes de proporcionar interações inesperadas, permitindo que os espaços se abram e fechem consoante as necessidades e desejos de quem neles habita», descreve Paula Fernandes.Por outro lado, a Quinta de São José de Ribamar, em Oeiras, anunciada no final de 2019 e que representa um investimento de 45 milhões de euros, também sofreu atrasos devido à pandemia. «Dado o contexto sentido no último ano, o projeto da Quinta de São José de Ribamar mantém a sua perspetiva de desenvolvimento, com a avaliação de modelos de eventuais parcerias. O projeto mantém a sua génese, como produto residencial para o segmento alto, não tendo sofrido qualquer reformulação».Em breve, a empresa prepara.se para lançar o novo Boavista 5205, um projeto de 12 milhões de euros na zona da Foz, junto à Avenida da Boavista, no Porto. O edifício de 4 andares terá 8 habitações T4 e T4+1, cada uma com dois pisos (duplex) e espaço exterior. Paula Fernandes garante que «a RAR Imobiliária mantém o interesse pela análise de investimentos para o desenvolvimento de projetos residenciais em zonas “prime” da cidade do Porto», com especial foco no segmento alto.Ponderação e maior flexibilidade para 2021A responsável acredita que «2021 será um ano desafiante com as consequências que a pandemia acarretará para a economia, empresas, mercado de trabalho, entre outros. Os próximos tempos terão que ser, obrigatoriamente, de alguma ponderação, observação e análise, procurando perceber a evolução do processo de recuperação face aos danos causados pela pandemia».No entanto, destaca, «olhamos para o futuro com otimismo, com a consciência de que há mudanças ao nível do nosso setor, com alterações nas necessidades dos clientes e daquilo que são os fatores prioritários na escolha de um imóvel». Na experiência da RAR, hoje «é incontornável o desejo dos potenciais clientes pela aquisição de imóveis cujas características se ajustem ao novo contexto e modo de habitar, nomeadamente a existência de áreas exteriores e espaços flexíveis que respondam em simultâneo às necessidades da família e às exigências do teletrabalho».«Tudo isto irá requerer uma maior flexibilidade e diversidade nos projetos a desenvolver». A responsável acredita que «o desafio é, com base numa avaliação cuidadosa dos grandes investimentos, projetar um produto que responda aos diferentes requisitos, pré e pós pandemia, sem afetar significativamente o custo final dos produtos».E não deixa de salientar que «uma vez mais, o imobiliário e todas as atividades conexas continuarão a ser fundamentais no suporte à recuperação económica do País».“Tudo igual, sendo tudo diferente”Paula Fernandes foi recentemente nomeada líder da RAR Imobiliária. A responsável explica que «os princípios e os valores da RAR Imobiliária manter-se-ão, pois eram já aqueles com os quais eu me identificava e para os quais eu contribuí enquanto profissional nesta empresa. O percurso de 20 anos na RAR Imobiliária permitiu-me obter um conhecimento profundo e uma experiência de grande proximidade com as diferentes fases de desenvolvimento do negócio, o que naturalmente resultará num modo de gestão diferente». Garante que «mantém-se tudo igual sendo tudo diferente», conclui.