Os números foram apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do Índice de Preços Residenciais, que acompanha a evolução dos preços de transação no mercado habitacional. Revelam que desde abril que a variação em cadeia dos preços das casas registou uma tendência de abrandamento, com as taxas a variar entre os 0,6% e os 1,5%, numa subida mensal média de 1,2% ao longo deste período.
Novembro interrompe este percurso de forma mais expressiva, e a subida de 1,7% equipara-se às taxas de variação mensal registadas em janeiro e fevereiro (acima dos 1,6%), quando o ritmo era mais acelerado.
Por outro lado, a subida homóloga registada em novembro foi de 14,1%, acima dos 13,2% registados em outubro. A valorização homóloga volta assim a níveis acima de 14%, registados desde março de 2018.
De notar também que, em novembro de 2019, os preços das casas em Portugal fiaram-se 34% acima dos valores praticados em 2007, antes da crise.
Ricardo Guimarães, diretor da Ci, comenta que «estes dados mostram que as expetativas de abrandamento da subida dos preços em Portugal traçadas para 2019 acabaram por não se cumprir, apesar da valorização dos mercados âncora de Lisboa e Porto estar claramente a perder ritmo. Os preços a nível nacional mantêm um ritmo forte e constante de subida, apesar de já superarem em 34% os níveis de 2007, sendo agora impulsionados pelos mercados da periferia destas cidades, onde, de forma geral, os preços só descolaram em 2019».
Em jeito de perspetiva para este ano, o responsável comenta que «vamos agora ver como o mercado se comporta ao longo de 2020, até porque estas cidades secundárias, em princípio, deverão exibir ciclos de valorização não tão longos como aconteceu em Lisboa e Porto. Os próprios operadores de mercado dão já conta de que os compradores estão mais cautelosos e sensíveis aos preços, apesar das limitações na oferta».