As empresas de fintech estão “de olho” na capital portuguesa, um destino que permite captar talento e retê-lo por custos relativamente mais baixos, em comparação com outras cidades da Europa.
Lisboa é a terceira cidade em que os custos com o emprego de um programador de software são mais reduzidos, perto de 35.000 euros por ano (que comparam com os 67.000 da média máxima europeia. E, na hora de procurar escritórios, as empresas da área fintech têm como prioridade a atração do melhor talento a preços mais acessíveis, já que 55% dos custos totais das empresas dizem respeito aos recursos humanos.
É o que mostra uma análise recente da Savills, segundo a qual Portugal é atrativo para este tipo de empresas, por ter profissionais altamente qualificados no setor das Tecnologias da Informação, e uma crescente e reconhecida qualidade do sistema de ensino superior. Por outro lado, destaca-se ao nível das condições de vida.
Lisboa está também em 5º lugar da tabela dos países com menor custo por metro quadrado de escritório, atrás de Bucareste, Praga, Varsóvia ou Atenas, dados que, segundo a Savills, «mostram que Portugal se encontra bem posicionado para captar quer o interesse das empresas de fintech, quer potenciais colaboradores para esse segmento».
Alexandra Gomes, Head of Research da Savills Portugal, refere que «o nosso país se apresenta como um destino europeu muito atrativo para o estabelecimento de empresas fintech. Portugal oferece um full package extremamente interessante, aliando um custo de vida abaixo da média europeia a um clima de estabilidade política e paz social e a uma contínua aposta na conectividade através do desenvolvimento das áreas da Inovação e da Tecnologia».
Só nos primeiros 9 meses deste ano registou-se um volume de investimento em capital de risco de mais de 20.000 milhões de euros na Europa. Só nos últimos 3 anos, o volume de consumidores europeus que pretendem passar a usar exclusivamente serviços bancários digitais subiu de 49% para 62%.
O desenvolvimento e amadurecimento do segmento de fintech tem funcionado como fator-chave do crescimento do e-commerce, facilitando as transações comerciais. A consultora prevê que «quanto mais este segmento crescer, mais se desenvolverá, proporcionalmente, o e-commerce».
Também o green financing, ou o financiamento de projetos que tenham como objetivo a proteção e sustentabilidade ambiental, têm vindo a impulsionar o mercado fintech na Europa, nomeadamente empreendimentos relacionados com as energias renováveis, prevenção da poluição, conservação da biodiversidade, economia circular ou a utilização sustentável dos recursos.
Londres é a cidade europeia que mais investimento atrai para o segmento fintech, num total de 18.000 milhões de euros nos últimos 5 anos. Seguem-se Paris e Berlim, Amesterdão e Dublin, encerrando o top 5. Londres, Paris e Madrid são as cidades que têm mais emprego neste setor e os maiores volumes de produção económica.