Residências só respondem a 17% da procura

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Estas são as principais conclusões partilhadas pela WORX Real Estate num relatório divulgado esta sexta-feira, assinalando o Dia do Estudante e no qual evidencia a escassez de oferta de alojamento direcionada para este segmento em Portugal.

Entre outros dados, a consultora nota dos mais de 448.000 alunos inscritos no ensino superior em Portugal no ano de letivo de 2023/24, 44% eram deslocados, dos quais 32% eram alunos nacionais e 12% internacionais. Entre os estrangeiros, a maioria é proveniente do Brasil, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, França e da Itália. Tendo como referência os últimos cinco anos, estes valores refletem um crescimento médio anual em torno de 3% para a população estudantil do Ensino Superior, mas que sobe para 14% no caso do público estrangeiro.

Apesar de existirem atualmente cerca de 194.000 estudantes universitários a necessitar de alojamento universitário em Portugal – um número que tenderá a continuar a crescer no médio prazo -, a oferta atual restringe-se a cerca de 16.300 camas em residências universitárias públicas, 10.100 camas em residências universitárias privadas, 5.600 quartos em apartamentos privados (dados de setembro de 2024), 1.270 camas em alojamentos protocolados e um número residual de camas em residências de cariz religioso.

Ou seja, esta oferta apenas seria capaz de responder a 7% da população universitária total e a apenas 17% da população universitária deslocada. Esta taxa reflete o gap entre a oferta e a procura existentes no nosso país, colocando-o numa posição desfavorável comparativamente a outros congéneres europeus, caso do Reino Unido e da Dinamarca, por exemplo, onde as taxas variam entre os 30% e os 40%.

É claro o desajuste entre a procura e a oferta de alojamento estudantil universitário. Na nossa perspetiva, semelhante situação só poderá ser ultrapassada com um esforço conjunto e articulado entre poderes públicos e stakeholders privados. Sem este esforço coletivo, o mercado continuará a evidenciar a pressão de uma procura insatisfeita e, em consequência, o incremento dos preços, em prejuízo, sobretudo, dos estudantes portugueses e das suas famílias”, conclui Pedro Rutkowski, CEO da Worx.