O ano de 2021 foi de recuperação para o mercado ocupacional em Lisboa e Porto. Mesmo depois de um primeiro semestre de atrasos e descidas, no final do ano a Grande Lisboa registou uma subida homóloga da ocupação de 15%, e o Grande Porto de 5%.
Segundo os números divulgados pela Cushman & Wakefield, em Lisboa, o ano fechou com 159.000 metros quadrados transacionados, mais 15% face a 2020. Registou-se um aumento do número de operações para 135 e reduziu-se a área média contratada para os 1.180 metros quadrados.
Segundo a consultora, esta evolução da absorção foi influenciada pela concretização de alguns grandes negócios, nomeadamente a futura ocupação de 30.500 metros quadrados da Câmara de Oeiras nos Paços do Concelho, no Corredor Oeste, ou os pré-arrendamentos da Factory no Hub Criativo do Beato, na Zona 7, e da Critical Techworks na K Tower, no Parque das Nações, com cerca de 10.000 metros quadrados cada. O Corredor Oeste concentrou a maior parte da procura, com 32% da área contratada.
A taxa de desocupação aumentou 100 pontos base fixando-se nos 5,7%. Foram concluídos 43.100 metros quadrados de novos escritórios, mas só 10% se encontram disponíveis para arrendamento. Em pipeline estão atualmente 188.000 metros quadrados de escritório, mas metade já tem ocupação assegurada. São exemplos dessa oferta, já em construção, o Exeo Office Campus – Aura e Lumnia (44.100 m²), o Alcântara Lisbon Offices (34.400 m²) e o World Trade Center Lisboa (23.300 m²).
Já no Porto, depois de uma descida de 55% da absorção no primeiro semestre, o ano fechou com 56.500 metros quadrados tomados, mais 5% que em 2020. Foram registados 60 negócios, e a área média transacionada desceu para os 900 metros quadrados.
A C&W destaca um arrendamento de 7.000 m² no Centro Empresarial da Lionesa em Matosinhos (zona 6) e um total 9.150 m² distribuídos por 7 negócios no POP (Porto Office Park) no CBD Boavista (zona 1), que contribuíram para a ocupação integral deste empreendimento. Consequentemente, o CBD Boavista (zona 1) concentrou o maior volume de absorção, com 44%.
Aqui, a taxa de desocupação aumentou também cerca de 100 pontos base para os 8,9%. Foram concluídos 19.300 metros quadrados de escritórios, 60% dos quais ainda no mercado. Em pipeline, estão 74.300, 35% com contratos de pré-arrendamento. Destaque para o novo Porto Business Plaza (15.500 m²) e dois edifícios no Centro Empresarial da Lionesa (14.600 m²), todos com conclusão prevista para este ano.
Carlos Oliveira, Partner e diretor do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield, comenta que «apesar de um primeiro semestre pouco dinâmico o setor recuperou bem na segunda metade do ano e 2022 dá sinais de continuidade de crescimento. Algum receio que o teletrabalho tivesse um impacto negativo muito significativo nestes números tem-se revelado infundado». Está convicto de que «as empresas e os seus colaboradores ajustaram-se a modelos mais flexíveis ou híbridos na forma de utilizar os espaços, mas os escritórios continuam a ter uma importância fundamental na cultura, comunicação e eficiência das corporações».