Portugal é cada vez mais atrativo para os investidores norte-americanos. Pelo menos é essa a experiência da Athena Advisers, cujas vendas são feitas maioritariamente a cidadãos dos EUA.
De acordo com a empresa, no final de 2021 estes compradores representavam 30% das transações realizadas pela consultora. Este ano, a percentagem já subiu para 71%, e todas as transações são feitas com o objetivo de relocalização.
No ano passado, 36% das unidades vendidas a compradores dos EUA tiveram um ticket superior a 1 milhão de euros. Este ano, 43% superaram esse valor. São números que, segundo a consultora, «poderão refletir o aumento do preço das casas, mas sobretudo revelam uma predisposição destes investidores para adquirir imóveis de valor cada vez mais elevado, já que têm budgets que facilmente chegam aos 5 milhões de euros», explica David Moura-Gorge, diretor geral da Athena Advisers Portugal. Estes clientes «procuram essencialmente propriedades familiares de grandes dimensões, de tipologia T4 e T5, casas modernas, com amplitude, tetos altos, com zonas exteriores espaçosas e equipadas com domótica, ou seja, um nicho de mercado com uma oferta extremamente reduzida em Lisboa».
Segundo a Athena, os compradores estrangeiros encontram em Portugal qualidade de vida e boa relação qualidade-preço, mas também uma atual relação entre dólar e euro mais favorável, e que torna o imobiliário português ainda mais acessível.
David Moura-George afirma também que «a primeira reação é encarar este fenómeno, que acontece pela primeira vez em vinte anos, como negativo devido à desvalorização do euro face ao dólar», nota David Moura-George. «Porém, no contexto atual de crescente interesse dos norte-americanos pela aquisição de casa em Portugal, devemos entendê-lo também como um estímulo ao investimento destes compradores no nosso país, que por este motivo têm vindo a intensificar a procura por produtos nacionais, já que essa relação entre moedas lhes confere maior poder de compra no nosso país».