O Pestana Hotel Group registou «o melhor ano de sempre» em 2022, segundo José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group. O grupo, que celebrou 50 anos no ano passado, registou lucros de 109 milhões de euros, 38% acima dos resultados registados em 2019.
A faturação do grupo Pestana ultrapassou os 450 milhões de euros, que representa um aumento de 8% face a 2019. Relativamente a 2021 o crescimento foi de cerca de 50%. O EBITDA atingiu os 200 milhões de euros, mais 24% em comparação com 2019.
«São resultados muitíssimo bons», enfatizou José Theotónio, acrescentando que a dívida financeira do grupo baixou no ano passado para 383,3 milhões de euros, o que representa uma descida de 117 milhões de euros (antes era de 504,4 milhões de euros em 2019).
82% dos resultados registados em Portugal
Em 2022, 82% dos resultados foram registados em Portugal, a passo que os 18% verificaram-se noutros destinos onde o grupo tem hotéis: desses 18% metade foi na Europa (9%), 6% na América (6%) e 3% em África. Do ponto de vista regional, se dividirmos Portugal em 3 parte, «como costumamos fazer no grupo», revela José Theotónio, a Madeira foi a região onde o PHG alcançou o maior aumento de resultados em 2022: 34% dos resultados foram registados na Região Autónoma da Madeira, seguindo-se o Algarve com 19%. Quanto ao resto do país (que inclui Lisboa, Porto e Açores) 28% dos resultados.
Do ponto de vista setorial, a hotelaria é responsável por 65% da faturação do grupo, sendo que os restantes negócios representam um peso de 35%. A taxa de ocupação nas unidades hoteleiras do grupo situou-se perto dos 64%, uma vez que, em Portugal, a taxa de ocupação dos hotéis Pestana foi de 60,1%.
Grupo vai abrir 2 hotéis em 2023. Quer aumentar faturação em 10%
Num ano onde a previsão é a de aumentar a faturação em cerca de 10%, aponta o CEO do Pestana Hotel Group, o grupo prevê a abertura de mais dois hotéis: Pousada de Portugal em Alfama, que vai abrir em maio, e um hotel na Rua Augusta, com abertura prevista para meados de julho. Em 2022, o PHG abriu dois hotéis, sendo ambos fora de Portugal.
No que toca ao impacto dos custos de energia, José Theotónio referiu que o grupo tinha um contrato trianual, que terminou em julho de 2022, ou seja, «a partir dessa data entrámos no mercado livre, ou seja, verificou-se um aumento de cerca de 6%». O responsável frisa ainda que investiram bastante em tecnologia, «algo que nos permitiu crescer no mercado das plataformas e fazer melhor o estabelecimento do preço».
“A questão do aeroporto impacta todo o setor turístico em Portugal”
Segundo José Theotónio, a construção do novo aeroporto impacta o grupo Pestana, bem como todo o setor turístico em Portugal. «O aeroporto de Lisboa é a porta de entrada para grande parte dos nossos turistas, não prestando bom serviço, é um problema para o desenvolvimento da indústria», explica o responsável.
Quanto aos fim dos Vistos Gold, outra problemática bastante debatida nos últimos meses, José Theotónio explica que «para nós, grupo Pestana, não nos impacta», todavia, para o país considera que estamos «a dar o passo no sentido contrário». Falou ainda da Jornada Mundial da Juventude, que certamente «terá impacto, no entanto não vai ser a galinha dos ovos de ouro para o turismo».
“Queremos que o imobiliário represente 20% do nosso grupo”
No imobiliário, «temos continuando a crescer. Queremos que o imobiliário representa 20% do nosso grupo», adiantou José Theotónio. Antes da pandemia representava 10%, indica o responsável, salientando que pretendemos, num ano normal, «que ande à volta dos 20%».