O desempenho económico das cidades, e os seus retornos imobiliários previstos, são dois fatores cruciais que influenciam os investidores na tomada de decisão em termos de onde investir ou desenvolver. Por via da inflação, aumento das taxas de juro, guerra na Europa e a crise energética, os players e operadores internacionais pressentem que 2023 seja um ano de incertezas.
Segundo os dados mais recentes do relatório Emerging Trends in Real Estate, desenvolvido pela consultora PwC e pelo Urban Land Institute, Portugal continua no centro da agenda de players e operadores internacionais, sobretudo no que concerne à promoção imobiliária. O relatório baseou-se nas respostas a um inquérito realizado a mais de 1.000 agentes do setor, tal como bancos, imobiliárias e fundos de investimento.
De acordo com os dados avançados pelo relatório, Lisboa subiu no ranking das cidades mais atrativas para investir em imobiliário na Europa: a capital portuguesa é a 11ª cidade europeia mais atrativa para investir em imobiliário. De referir que em 2022 situava-se na 16ª posição e, em 2021, na 15ª.
De acordo com o relatório, «a ruptura dos padrões de vida que acompanhou a pandemia modificou a função das cidades e a procura. Neste ambiente em evolução, a conectividade dos transportes nacionais e internacionais também é vista como uma influência fundamental, sendo particularmente relevante para as cidades que subiram no ranking este ano, nomeadamente Paris, Madrid, Lisboa e Copenhaga».
Lisboa é a cidade que mais subiu face à posição do ano passado. A capital portuguesa parece estar a contrariar a tendência observada na maioria dos outros mercados, com uma forte procura internacional, apesar de o capital local estar a diminuir, indica o relatório desenvolvido pela PwC e pelo Urban Land Institute.
Londres lidera o ranking das cidades europeias mais atrativas para investir em imobiliário em 2023. Segue-se Paris (França) e Berlim (Alemanha) a completar o pódio. Madrid e Munique fecham o top cinco das cidades europeias mais atrativas para investir em imobiliário este ano.
Reabilitação de edifícios existentes – o maior desafio do setor
Para os agentes do setor convocados para este relatório, a reabilitação de edifícios existentes é o maior desafio que o setor enfrenta e que terá impacto nos valores. Uniformemente, um painel de jovens da Urban Land Institute prevê uma «enorme pressão por mudança», uma vez que o ambiente da construção produz cerca de 40% das emissões de carbono.
De acordo com um CEO pan-europeu, «quem não tomou a devida atenção às três letras do ESG não percebeu que já estamos num momento de transformação. Como sempre, a crise que atravessamos está a acelerar as tendências existentes». O relatório sugere ainda que novos «modelos radicais» para a vida urbana podem ser vitais à luz desta mudança climática acelerada.