A CEO da Zome Imobiliária esteve à conversa com a Vida Imobiliária, numa entrevista exclusiva em que deixou bem clara a filosofia desta marca «made in» Portugal: «não queremos ser a maior rede de mediação imobiliária, mas sim a melhor rede» e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento deste setor chave da economia do imobiliário.
E a inovação parece ser a chave para levar a bom porto tais objetivos. «Se no ano passado houve uma forte aposta na inovação digital e no contributo da tecnologia para fazer frente aos novos desafios impostos pela pandemia, este ano o nosso foco é inovar naquilo que é a credibilização do setor da mediação, nomeadamente ao nível da formação e da profissionalização», garante Patrícia Santos.
Para tal, conta, «vamos lançar um conjunto de iniciativas inovadoras ao longo deste ano, num projeto que vem sendo desenvolvido desde o ano passado, assente no que é a carreira e a evolução profissional do consultor imobiliário».
Uma delas é a Academia Start-Up, lançada há duas semanas, «e que é uma academia digital com quatro meses de duração, na qual participam neste momento 220 consultores a nível nacional, e que tem como objetivo imprimir rotinas de disciplina e os hábitos que um empresário de sucesso neste setor precisa de desenvolver, ao mesmo tempo que diariamente são também abordados diferentes temas de relevo para quem tem esta profissão, visto que a mediação imobiliária é realmente uma área muito transversal e que implica conhecimentos em várias áreas, desde questões bancárias, a outras de índole fiscal e legal. Portanto, ao longo desta academia o que estamos a fazer é, no fundo, continuar a formar os nossos consultores para que de facto possam dominar todas estas áreas e, claro, a gestão do seu negócio». Até porque, sublinha Patricia Santos, «a visão da ZOME é que todos os nossos consultores são empresários que desenvolvem o seu negócio próprio em sinergia connosco e, por isso, daí não lhes darmos competências apenas acerca do que é a mediação imobiliária, mas também sobre aquilo que é a gestão do negócio».
Acompanhando a evolução da carreira dos seus consultores, para breve a empresa vai lançar uma outra academia mais vocacionada para os profissionais que já fazem parte da ZOME há algum tempo, mas que ambicionam ter a sua própria equipa. «Terá uma duração de 12 semanas e é uma iniciativa inédita, mas que acompanha o nosso próprio modelo de criação e desenvolvimento de equipas imobiliárias no seio das nossas unidades. Portanto, neste caso, trata-se de uma formação muito vocacionada para essa gestão e liderança de pessoas».
«Há um desequilíbrio entre as obrigações e as competências exigidas ao mediador»
Para a CEO da ZOME, existe um desequilíbrio «entre aquelas que são as obrigações de um consultor imobiliário e as competências que este tem de cumprir para poder entrar na profissão». E explica, «se, por um lado o Governo faz 1.001 exigências à mediação, em termos de fiscalização e requisitos legais, como por exemplo a obrigatoriedade de reportar o método de pagamento de todas as transações ao IMPIC no âmbito do combate ao branqueamento de capitais; então também deveria estabelecer um conjunto de requisitos mínimos necessários para ingressar na carreira e, assim, assegurar que esse trabalho é bem feito. É esse equilíbrio que tem de haver e, para tal, tem de haver muito mais regulamentação no setor pois, de facto não faz sentido que por exemplo haja imobiliárias a trabalhar com taxas de comissão tão díspares, havendo muitos exemplos de empresas que não oferecem qualquer serviço de valor acrescentado aos seus clientes, mas que competem pelos preços baixos». Comparando este fenómeno a uma estratégia de dumping, Patrícia Santos lembra que «quando fazemos este investimento tão forte em questões como a formação e a promoção dos imóveis, tal é incompatível com comissões de apenas 1% ou 2%; mas para o cliente que desconhece a dinâmica do setor, isso não é logo evidente. Por isso acho que é a hora de o Governo começar a olhar para esta questão de forma muito mais séria para, de facto, credibilizar de forma merecida esta carreira profissional que é a de consultor imobiliário», beneficiando todos os intervenientes, quer vendedores quer compradores.
4.500 transações em 2020
Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a ZOME faz um balanço positivo do ano passado, ao longo do qual acompanhou 4.500 transações imobiliária, atingindo um volume de faturação na ordem dos 18.3 milhões de euros.
Assista aqui ao vídeo da entrevista:
Saiba mais na próxima edição da Vida Imobiliária, onde poderá ficar a conhecer a versão completa desta entrevista exclusiva a Patrícia Santos