O mercado de escritórios continua a ser pressionado pela situação de confinamento geral. A área colocada em fevereiro foi superior à de janeiro, tanto em Lisboa como no Porto, mas os números do Office Flashpoint da JLL mostram um acumulado de 9.700 m² em Lisboa e de 1.100 m² no Porto, quebras homólogas de 72% e 86%, respetivamente.
Em fevereiro, a ocupação em Lisboa ascendeu a 7.700 m², três vezes mais que a área registada em janeiro. Ainda assim, este número representa uma descida de 62% face a fevereiro de 2020. Foram registados 8 negócios, dois dos quais com áreas superiores a 1.000 m².
Já no Porto, em fevereiro o take up atingiu os 650 m², mais 35% que em janeiro, e mais 40% que em fevereiro de 2020. Esta atividade representa apenas uma operação.
Nos dois primeiros meses do ano, o mercado de Lisboa registou 13 operações, numa área média de 750 m². 66% da área foi colocada no Parque das Nações, e o setor “Consultores e Advogados” foi o mais dinâmico, representando 56% do take up.
Já no Porto, em janeiro e fevereiro foram registados apenas 4 negócios, numa área média de 300 m². O CBD-Boavista foi a zona mais ativa, representando 57% do take up. As empresas do setor financeiro representaram também 57% da absorção.
Para Mariana Rosa, Head of Leasing Markets Advisory da JLL, «a atividade nestes dois primeiros meses do ano acontece num quadro de um novo confinamento. Numa situação destas, naturalmente, as empresas optam por adiar as suas decisões de ocupação de escritórios. De qualquer forma, é assinalável que, mesmo neste contexto, fevereiro tenha trazido melhoria face a janeiro. É sinal de que a procura existe efetivamente».
A responsável acrescenta ainda que «acreditamos que março seja ainda um mês de menor atividade face ao ano anterior, mas em melhoria face a fevereiro, refletindo já o impacto do início do desconfinamento. Se é verdade que esse mês ainda não terá novidades a nível da obrigatoriedade do teletrabalho, também é verdade que o levantamento parcial do confinamento geral deverá melhorar a confiança das empresas, refletindo-se na ocupação».