Este novo relatório, “Investir no Mercado de Arrendamento”, foi esta semana lançado e analisa a competitividade do imobiliário face a outras classes de ativos, e do arrendamento residencial em particular. «Este estudo pretende ser um guia para quem olha para o imobiliário residencial como forma de aforro numa perspetiva de médio e longo-prazo», comenta Maria Empis, Head of Strategic Solutions da JLL.
Em Lisboa, a zona central da cidade, que abrange as freguesias da Estrela, Campo de Ourique, Campolide, Avenidas Novas, Alvalade, Areeiro e Arroios, é a mais apelativa para os proprietários que querem investir neste mercado. A área destaca-se pela relação entre a população existente (30%), o rendimento mensal, situado nos 3.450 euros por família, e o potencial retorno gerado pelos ativos nesta zona, de 3,17%.
Na capital, as casas são arrendadas em média em menos de 3 meses, com rentabilidades acima de 3% na maior parte do território. Os valores por metro quadrado oscilam entre os 13 euros na zona Norte e os 18,5 euros do Centro Prime. Da oferta residencial existente, 19% está no mercado de arrendamento.
Já no Porto, a rendabilidade média é superior, normalmente acima dos 4% na generalidade do território. As zonas do eixo da Marginal, de rio e mar, como Lordelo do Ouro, Massarelos, Foz, Nevogilde e mesmo Matosinhos, são as mais apelativas para este tipo de arrendamento, segundo a JLL, com as rendas prime mais elevadas da cidade. É aqui que as famílias têm também rendimentos superiores.
O ritmo de absorção no Porto é também inferior a 3 meses, tal como Lisboa. Na Invicta, os valores por metro quadrado rondam os 9 (Paranhos) a 12,5 euros (zona Histórica e Foz). O arrendamento representa 8% da oferta residencial existente.
«A habitação como investimento é uma tendência que vai ganhar força nos próximos anos, pois não só o imobiliário é um ativo de crescente atratividade pela boa relação retorno/risco que tem face a outras aplicações financeiras ou investimentos em bolsa, como o segmento residencial, em concreto, se tem mostrado muito resiliente, incluindo em tempos de crise», afirma em comunicado Patrícia Barão, Head of Residential da JLL.
A responsável completa ainda que «isto é especialmente relevante numa altura em que nos preparamos para começar a absorver o impacto do Covid-19. Com este estudo, concluímos que as yields do arrendamento residencial em Lisboa são quase sempre superiores a 3% e no Porto a 4%, num mercado onde a oferta é escassa e tende a ser absorvida rapidamente. Acresce que a atual oferta tem, em média, uma qualidade baixa, pelo que há espaço, e até a necessidade, de melhorar o stock quer em qualidade quer em quantidade. Em geral, é um mercado com enorme potencial de crescimento e de gerar rendimento», conclui.
Jovens e alguns profissionais são os mais interessados
Neste relatório, a JLL identificou dois perfis principais de procura por arrendamento, entre os quais estão os jovens das gerações Millennial e Z, que optam por este tipo de ocupação devido a restrições económicas no acesso à compra, e por questões de ideologia. Procuram T2 e T1, e a maior parte está disponível para pagar até 600 euros de renda mensal.
Outro perfil importante são aqueles que optam por este tipo de habitação por questões fiscais, profissionais ou de personalidade, evitando compromissos mais longos. Este perfil é também mais internacional, atraído pela vinda de empresas multinacionais para Lisboa, e de faixa etária superior, e procura sobretudo T2 e T3, com maior capacidade financeira. 90% está disposto a assumir rendas superiores a 1.000 euros mensais, e cerca de metade não quer ir além dos 2.000 euros. 15% admitem pagar mais de 3.000 euros mensais.