Carlos Moedas: "É essencial mudar a maneira como olhamos para os investidores nesta cidade"

A JLL celebrou 25 anos de atividade em Portugal com um evento que se realizou a 24 de junho. Tópicos como o retrato de mais de duas décadas de evolução do setor imobiliário, e as tendências do futuro, foram alvos de análise e debate neste evento que contou com a presença do presidente da autarquia de Lisboa, Carlos Moedas."Os edifícios são a alma de Lisboa, a ligação entre o passado e o futuro"Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, iniciou a sua intervenção dando grande destaque ao papel do setor imobiliário em Lisboa, que «graças ao imobiliário (...) hoje está diferente». Para além de ter alavancado o turismo, o setor imobiliário promoveu também «novos negócios, devolveu o charme à cidade». O presidente da autarquia de Lisboa reforçou também a importância da colaboração entre a CML e o privado, «não podemos querer investimento num dia, e noutro não, num dia ter um incentivo, e no outro já não. Falta consistência nas nossas políticas públicas. Cada uma tem efeito nas nossas vidas», e só com esta colaboração é que «conseguimos mudar as coisas», alegou Carlos Moedas.Atrair investimento "é o desafio mais importante que temos na Câmara de Lisboa"Carlos Moedas referiu que quando chegou à presidência do órgão executivo «tínhamos quase 3.000 projetos parados» e que «decidimos 870 projetos até março, e entraram 830, estamos já a escoar mais do que os que entram». Atentou para o facto de o licenciamento ser a «base para estar esclarecido de uma vez por todas o que é ou não é possível, dar o sinal essencial para quem investe», referindo que hoje muitos projetos param porque não cumprem os requisitos necessários. Para perceber porquê, a CML vai criar um Manual de Procedimentos, e uma "academia" para o efeito: «Venham, e ajudamo-vos a preencher esses requisitos». E garantiu que «estarei lá para vos (imobiliário) defender»."Precisamos que o imobiliário olhe para o futuro, percebendo o que pode fazer para a sociedade"O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referindo-se à sustentabilidade ainda como uma «palavra vaga», defende que temos de «perceber o que vamos fazer de forma concreta». Em termos concretos, Carlos Moedas expôs o facto de termos «70.000 luminárias ainda incandescentes, vamos poupar cerca de 80% da fatura energética», sendo que «todos os tetos dos edifícios municipais vão ter células fotovoltaicas» e que «água das ETARs vai ser usada para a rega»."É o crescimento das empresas que hoje faz a diferença"É importante «voltar a ter ambição para o país e para a cidade, e temos de afirmá-lo sem medo», reitera o presidente da autarquia de Lisboa, que afirmou que «queremos por isso apostar nos unicórnios», pois são estes negócios que vão criar os empregos do futuro. Referiu ainda que, no hub do beato, vai arrancar em novembro a Fábrica de Unicórnios."Acreditamos num imobiliário cada vez mais transparente, credível"Pedro Lancastre, CEO da JLL Portugal, em termos de retrospetiva, fez um balanço destes 25 anos de presença da consultora imobiliária em Portugal, destacando a mudança de escritório para o Heron Castilho, a aquisição da Tétris e também a aquisição da Cobertura. Acima de tudo, acredita que a entrada de muitos investidores imobiliários que ocorreu pôs «Portugal no radar», aludindo para a "tempestade perfeita” que se deu «depois da crise do Subprime e da intervenção da Troika em Portugal, com a alteração da lei do arrendamento e os novos incentivos ao investimento, como os Golden Visa, novos eventos tecnológicos», de acordo com o CEO da JLL Portugal.Confessou que o «futuro tem desafios», pois «há muita liquidez, como nunca houve», ainda assim acredita que «vamos ter mais estabilidade fiscal e legal», sendo que a tecnologia e o digital «vão fazer com que o mercado seja cada vez mais transparente e credível», referiu Pedro Lancastre, assumindo que «a JLL vai continuar a ter uma influência grande em áreas importantes como a sustentabilidade, tecnologia e inovação».

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