As palavras são de Rui Meneses Ferreira, novo presidente da APR, que falava durante a conferência “SIL Turismo Residencial – Brexit: que impacto no Turismo Residencial?”, que decorreu na última sexta-feira no salão. Acreditando que «temos de estar preparados para alguma incerteza», considera que «as perspetivas são positivas, os investidores estrangeiros querem continuar a investir no mercado turístico, e muitos britânicos vão continuar a fazer aforro em moeda estrangeira, nomeadamente em euro». E adianta que a perspetiva de investimento dos 22 associados da APR para os próximos tempos é de 1.500 milhões de euros.
Determinante será a qualidade da oferta portuguesa, que «é muito diferente hoje de há uns anos. Capta um aforro seguro, e a qualidade dos operadores faz com que não seja expectável um excesso de oferta», antecipa Meneses Ferreira. Mas «precisamos de processos ágeis e fáceis, para que o setor consiga acompanhar as mudanças».
João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, destacou que, nos últimos anos, a procura britânica tem-se mostrado relativamente estável, o que mostra que «a fidelidade ao destino mantém-se», mas admite que há «uma redução da estada média». O trabalho agora passa pelo reforço de ligações aéreas a 25 aeroportos britânicos, ao reforço da promoção do destino no inverno ou das escolas internacionais, a título de exemplo.
Pelo menos para já, “há muito ruído e pouco efeito prático”, acredita Reinaldo Teixeira, vice-presidente da APEMIP. Lembrando que a mediação imobiliária «está muito ligada ao turismo», atesta que no Algarve «não sentimos quebra do mercado britânico».
Já Bernardo Trindade, presidente do Comité Executivo do Portugal In, mostra-se confiante na relação «ancestral» que Portugal tem com o Reino Unido. Será determinante «trabalhar para captar investimento de longo prazo, por exemplo olhando para as nossas estruturas de administração. Não podemos esquecer que não estamos sozinhos no mundo».
A título de exemplo, João Caiado Guerreiro, Partner da Caiado Guerreiro Sociedade de Advogados, realçou que «temos de manter e acarinhar o RRNH, e até considerar a renovação além dos 10 anos. A estabilidade é essencial».
Reforçando que a banca é «parceira natural» do turismo residencial, António Ramalho, presidente do Novo Banco, destacou a «importante movimentação turística» do Reino Unido no mundo, que se deverá manter, e acredita que o efeito de desvalorização da libra já deverá ter sido ultrapassado nos últimos anos. Mas admite que «não sabemos ainda o que vai acontecer às dormidas britânicas».