O final do regime das moratórias do crédito das famílias e empresas, previsto para setembro deste ano, «poderá resultar uma verdadeira “bomba atómica” para a economia», defende Luís Lima, Presidente da APEMIP, que pede que a decisão seja anunciada «o quanto antes, para que os agentes económicos possam avaliar a sua situação».
A associação alertou para esta necessidade já no final de janeiro, e emite agora novo comunicado lembrando que «perante o cenário atual é fundamental que seja ponderado o prolongamento das moratórias de crédito por, pelo menos, mais um ano ou até mais tempo, como sugeriu o próprio Presidente da República, sob pena de assistirmos a uma verdadeira “bomba atómica” na economia, por via do incumprimento em massa e do crédito malparado».
Luís Lima acredita que «esta é uma decisão que deve ser tomada e anunciada o quanto antes (…). Mais cedo ou mais tarde esta bomba explodirá, e por isso é importante que as pessoas e empresas tenham algum tempo para conseguirem criar o seu “bunker” de forma a sofrerem a mínima “radioatividade” possível», afirma.
Dando o caso do crédito à habitação, Luís Lima recorda que «na pior das hipóteses», isto pode resultar num aumento significativo da oferta imobiliária, colocada no mercado por quem tem urgência e necessidade de realizar liquidez imediata: «temos a experiência do que aconteceu na anterior crise, e creio que todos percebemos que há que evitar a todo o custo a repetição do mesmo cenário».
Por isso, o mecanismo deve ser estendido «durante o tempo necessário para que se permita uma total recuperação económica. Durante este período, poder-se-á encontrar um meio-termo para que pessoas e empresas possam assumir pelo menos o valor dos juros», conclui.