O impacto da pandemia é bem visível neste segmento de mercado. A descida foi ainda maior na comparação mensal, numa quebra de 82% face a abril.
De acordo com a Savills, que se baseia nos mais recentes dados do LPI, no acumulado entre janeiro e maio deste ano, o mercado de escritórios de Lisboa registou um volume de operações na ordem dos 79.000 m², ainda assim uma subida de 12% face a igual período de 2019, num total de 48 operações, menos 35% que o número registado no ano passado.
Este período ficou marcado por várias oscilações na absorção, consequência da conclusão de vários processos de operações de grande dimensão, que, segundo a Savills, «devem ser analisados fora do contexto da pandemia, dado que se tratam de negociações com uma timeline negocial extenso e que já estavam a decorrer na fase Pré-Covid».
Rodrigo Canas, Associate Director do departamento de Escritórios da consultora, nota que «os resultados alcançados não são surpreendentes e vieram reafirmar a tendência de descida de atividade que tínhamos avançado para o 2º trimestre do ano. Os meses de abril e maio ficaram marcados pelo Estado de Emergência e pelo acentuar do clima de incerteza, que se traduziu de forma mais clara nos resultados verificados no mês de maio».
O responsável acredita que «a segunda metade do ano deverá registar uma maior atividade face à fase de confinamento, mas a permanência do clima de incerteza deverá persistir».
Alexandra Portugal Gomes, Associate Market Research da Savills, considera que o facto de muitas operações de grande dimensão terem sido fechadas até maio mostra que «a cidade de Lisboa é cada vez mais um destino de empresas multinacionais de grande dimensão, mas também que continua a ser a cidade de eleição do nosso tecido empresarial para expandirem os seus negócios ou relocalizarem as suas instalações».