A versão inicial desta proposta foi apresentada pelo Primeiro Ministro António Costa, que anunciou a 7 de junho que «o Governo já apresentou uma proposta para o malparado aos três bancos portugueses com níveis mais elevados destes empréstimos em incumprimento», entre os quais a CGD, o BCP e o Novo Banco, e é bem vista pelos banqueiros, segundo o Negócios. Prevê-se que haja uma estrutura que centralize a gestão do crédito malparado, na qual os bancos deleguem a negociação com potenciais compradores. Assim, podem ser acelerados os processos de reestruturação, e é também possível aumentar o poder negocial do vendedor do crédito, poupando custos, já que passa a existir um único interlocutor.
Esta proposta prevê que sejam definidos critérios que determinam quais os créditos cuja gestão pode ser entregue a esta nova estrutura centralizada. Estarão em causa financiamentos a empresas que sejam viáveis ou que evidenciem capacidade de recuperação.
Os bancos concordam com esta proposta, ao invés de uma solução em que o malparado saísse dos seus balanços por um preço abaixo do valor de balanço, o que exigiria injeções de capital. Vão agora trabalhar com o Governo na definição dos detalhes desta nova medida.
Esta ideia surge numa altura em que a banca portuguesa tem nos seus balanços cerca de 30.000 milhões de euros de NPL (non performing loan), parte dos quais já aprovisionados, que inclui imobiliário, ativos passados para fundos, grandes devedores e créditos das pequenas e médias empresas, em diferentes medidas, conforme a instituição bancária, de acordo com o ECO.