A edição de 2020 do relatório “Keep na Eye on the NPL & REO Markets” da consultora, parte da Gloval, mostra que o ano passado voltou a ser muito dinâmico para a venda deste tipo de portfólios. O mercado português representou 27% deste volume, num total de 8.000 milhões de euros, um máximo atingido pela primeira vez em 2018 e repetido em 2019.
Já Espanha somou transações no valor de 22.000 milhões de euros, 73% do total, uma descida face ao ano anterior, que consolida a posição do país neste patamar, depois do pico excecional transacionado em 2018, de 60.000 milhões de euros.
Este ano, a Prime Yield prevê que os dois mercados sigam a tendência de «forte atividade» registada no ano passado. Nelson Rêgo, diretor geral da Prime Yield, comenta que «agora que o boom das vendas dos grandes portefólios da banca parece ter ficado para trás em Espanha, os negócios no mercado secundário e as securitizações estão a ganhar ritmo. Isto significa que continuam a haver muitas oportunidades interessantes neste mercado, que é um dos mais maduros na Europa. Espera-se assim que a venda destas carteiras estabilize em 2020, seguindo o nível de atividade de 2019».
O responsável explica que «seguindo a tendência de 2019, o apetite dos investidores pelo mercado português deverá manter-se em alta em 2020. A redução dos ativos não performativos continua a ser uma questão prioritária para os bancos portugueses nos próximos 12 meses, já que, apesar dos progressos conseguidos nos últimos 4 anos, Portugal continua a ter um dos rácios de NPL mais elevados da Europa».
Em Portugal, será de esperar este ano um decréscimo nos volumes finais, já que as maiores carteiras já deverão ter sido transacionadas. E existem cada vez menos investimentos oportunísticos, o que revela maior maturidade do setor, que soma agora os 21.700 milhões de euros de malparado no sistema financeiro, menos 29.300 face ao pico de junho de 2016.
Já em Espanha, o stock continua a reduzir-se, alcançando os 61.500 milhões de euros, menos 135.700 milhões do que em dezembro de 2013, no pico do setor. 2019 confirmou o abrandamento da transação deste tipo de carteiras.
E conclui que «os players de todo o mundo olham para estas carteiras de dívida como uma oportunidade interessante de investimento, numa altura em que, apesar das boas perspetivas económicas e dos avanços feitos, muitos países continuam a ter elevados stocks de NPL para resolver no seu sistema financeiro».