O investimento imobiliário comercial totalizou os 2.020 milhões de euros nem 2021, abaixo da média dos últimos três anos e 28% inferior ao volume registado no ano anterior, graças a um primeiro semestre muito paralisado pela pandemia.
No seu relatório anual de mercado Market 360º, esta semana divulgado já com os últimos números de 2021, a JLL destaca que este volume de investimento «comprova a atratividade do mercado nacional», e só não foi superior porque vários negócios foram adiados para 2022.
Pedro Lancastre, CEO da JLL, salienta que «os resultados positivos do imobiliário em 2021 devem-se, em grande parte, ao impulso da segunda metade do ano. Apesar das expetativas que todos tínhamos de que a pandemia não iria muito além de 2020, a verdade é que logo no início de 2021 fomos confrontados com um novo confinamento geral. Isso, associado a um processo de vacinação que não estava a fluir como era suposto, fez com que o arranque do ano fosse muito tímido para o imobiliário, especialmente no que toca ao investimento, onde a atividade comprimiu, não por falta de procura, mas pelo impacto da pandemia nos processos de negócio».
Ainda assim, considera que «o imobiliário voltou a surpreender, sendo um dos setores da economia com melhor desempenho e com um grande contributo para a retoma económica do país. É um mercado com grande impacto no PIB, que atingiu níveis de atividade nunca vistos em alguns segmentos e que só não foi mais além noutros segmentos por questões estruturais, como a falta de oferta ou constrangimentos conjunturais trazidos pela pandemia. O mercado imobiliário português continua com uma procura saudável e diversificada, com fundamentos sólidos e uma boa projeção internacional».
O investimento comercial é um dos segmentos que a consultora prevê que registe um forte crescimento este ano, que arranca «com um conjunto de transações e portfolios de grande dimensão e o pipeline é robusto», afirma Pedro Lancastre.
O responsável explica que «os ativos logísticos e operacionais serão um foco importante e os hotéis poderão também ressurgir como uma das classes de ativos mais fortes». Continua que «nos escritórios, a carência de produto adequado pode afetar a alocação de capital em 2022, mas as perspetivas são bastante positivas assim que os edifícios em pipeline entrem no mercado, uma vez que a procura por estes ativos é muito forte. Lembremo-nos que foi o segmento com maior quota de mercado em 2021, de cerca de 40%».
Por outro lado, «os centros comerciais tenderão a recuperar ao longo do ano, o que poderá despertar o apetite dos investidores mais para o final do ano».