De acordo com uma análise recente da Knight Frank, o Global Cities 2015, divulgada em Portugal pela Worx, depois do boom da crise financeira, que fustigou este setor, o mercado apresenta-se agora «rejuvenescido e mais abrangente». A consultora nota que cada vez mais surgem nichos de mercado que ganham força pelo aumento da procura, duração dos contratos e consequente segurança para os investidores. Clínicas, lares de terceira idade e residências para estudantes são alguns dos produtos que vão ganhando relevo e que se tornam interessantes para os fundos, num contexto de envelhecimento da população e aumento da população universitária.
Por outro lado, havendo menos ativos disponíveis no mercado, os existentes ganham um novo potencial quando sujeitos a obras de reabilitação ou remodelações totais. Muitos investidores adquirem ativos com retornos reduzidos, mas que na atual conjuntura, em que a oferta nova em pipeline é muito reduzida, acabam por ser a única solução disponível.
A consultora nota também que os governos estão a ter um papel importante no que toca aos incentivos à entrada de capital estrangeiro. Em Portugal, temos os “golden visa” ou o RRNH, na Índia, por exemplo, a legislação foi também alterada no ano passado para facilitar a entrada de investimento. Já na China ou na Tailândia alterou-se recentemente a permissão dada às seguradoras para investimento em imobiliário internacional. Só as seguradoras chinesas têm 220.000 milhões de dólares para investir.
Por outro lado, nos EUA, onde ainda vigora a lei de 1980 de limitação ao investimento estrangeiro, que resulta em apenas 17% do investimento internacional no país, havendo uma alteração a esta lei é de esperar pelo menos o dobro do investimento nas principais cidades como Nova Iorque ou São Francisco. Estes 17% comparam com os 50% da Europa ou com os 60% do Reino Unido.
Outra das tendências é que a recente atração pelos centros urbanos está a criar oportunidades de inclusão, no mesmo ativo, de retalho, hotelaria e escritórios, respondendo mais prontamente às necessidades atuais das pessoas, um investimento que representa uma redução interessante no risco, já que o sucesso de uma destas vertentes instaladas tenderá a atrair sucesso para todo o projeto.
Os EUA têm liderado os investimentos imobiliários um pouco por todo o mundo nos últimos 2 anos, tendo investido cerca de 100.000 milhões de dólares, 80.000 dos quais na Europa, especialmente em Paris e Londres. Também o investimento chinês tem vindo a aumentar, tendo já aplicados 24.000 milhões de dólares em imobiliário comercial nos últimos 2 anos.