Entre janeiro e setembro foram investidos 991 milhões de euros em imobiliário comercial, destacando-se o portfólio dos Hotéis Dom Pedro no valor de 250 milhões de euros. É o que revelam os relatórios Outlook T3 2023 da Worx Real Estate Consultants, sobre o mercado de investimento em imobiliário comercial em Portugal.
A abordagem apontada de “esperar para ver” foi confirmada pelos investidores, com impacto no volume de investimento esperado para o final do ano que deverá ficar abaixo do volume registado em 2022, aponta a consultora. Admite-se o ajuste, no curto prazo, das expectativas de retorno de compradores e vendedores, as quais poderão contribuir para o incremento do nível de transações.
Setor de escritórios deverá registar volume de absorção inferior ao de 2022
Desta análise realizada pela Worx, resultam conclusões e tendências que deverão marcar o imobiliário comercial nos próximos tempos. Os principais riscos para a atividade incluem o impacto da normalização da política monetária, o aumento das fricções nos mercados financeiros e a escalada do conflito na Ucrânia.
Como esperado, o contexto macrofinanceiro produziu efeitos também no setor de escritórios, que deverá registar no final do ano um volume de absorção inferior ao do ano anterior. No entanto, os escritórios continuam a ser uma classe de ativos atrativa para os investidores pela segurança dos contratos e estabilidade do rendimento.
“Podemos assistir ao início de um novo ciclo no futuro próximo”
Pedro Rutkowski, CEO da Worx, refere que «apesar do momento desafiante que atravessamos, transversal a todos os mercados europeus, acreditamos que podemos assistir ao início de um novo ciclo no futuro próximo, indiciado pela descida da inflação e a pausa no incremento das taxas de juro. Neste contexto de incerteza, os valores record do setor hoteleiro em Portugal, que regista um volume de investimento superior ao período homólogo, confirmam a respetiva resiliência e atratividade. No mercado de escritórios, a falta de oferta deverá promover o aumento das rendas nas zonas prime contribuindo para a atratividade deste segmento».
O responsável pela consultora sublinha que «é ainda importante destacar as oportunidades que estão a surgir em setores alternativos, como os de healthcare e living, que incluem ativos como residências seniores ou residências de estudantes. São segmentos que evidenciam uma progressiva tendência de consolidação no mercado nacional e que se apresentam com um evidente potencial de crescimento, já que associados a ativos com contratos de maturidades longas e uma estável rentabilidade».