A Worx Real Estate Consultants partilhou a sua análise do mercado imobiliário em Portugal para o primeiro semestre de 2024, destacando os principais indicadores de diferentes setores.
«Enquanto o mercado de investimento no primeiro semestre ainda se encontra condicionado pela política monetária do Banco Central Europeu, os mercados de ocupação registam uma recuperação notável da procura», começou por dizer Catarina Branco, Research Analyst da Worx Real Estate Consultants, a propósito desta divulgação.
Entre janeiro e junho deste ano, o investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu aproximadamente 660 milhões de euros, uma queda de 10% em relação ao mesmo período de 2023, refletindo a política monetária restritiva na Europa.
Hotelaria impulsiona mercado imobiliário português
A hotelaria liderou o setor, representando 40% do capital investido, com transações significativas como a venda do Sofitel Lisboa por 75 milhões de euros. O setor de escritórios foi o segundo mais procurado, com 120 milhões de euros investidos, impulsionado pela venda da K Tower por mais de 70 milhões de euros. Ativos alternativos, como residências de estudantes, também ganharam destaque, captando mais de 80 milhões de euros.
No que diz respeito aos escritórios, foram transacionados 127.645 m² em Lisboa, uma recuperação significativa face à queda de 2023. As zonas do Parque das Nações e Zonas Emergentes lideraram a procura, enquanto áreas centrais como o Prime CBD e o Centro Histórico mostraram um aumento na atividade. Novos edifícios, como o EDP 2 e o Echo do EXEO, adicionaram 44.420 m² ao stock de escritórios, com mais 90.000 m² esperados até ao final do ano. As rendas prime mantiveram-se estáveis, com possíveis aumentos nas zonas 2 e 5.
Já o setor de retalho beneficiou de uma queda na taxa de inflação e de um aumento no poder de compra das famílias, refletindo-se num crescimento de 2,8% no volume de vendas no segundo trimestre. O segmento de luxo e os retail parks destacaram-se, com novos projetos concluídos no Porto e em Braga. As rendas prime mantiveram-se abaixo dos níveis de 2019, mas estáveis.
O setor industrial e logística registou uma ocupação de 415.556 m² no primeiro semestre, um aumento de 35% face ao ano anterior, superando o total de 2023. A Grande Lisboa e o Grande Porto foram as regiões mais procuradas. A promoção de novos projetos continua a crescer, com 14 novos desenvolvimentos previstos para este ano, adicionando mais de 780.000 m² ao stock da Grande Lisboa. As rendas prime mantiveram-se estáveis, com a Zona 1 a registar €5,0/m²/mês e Lisboa cidade €6,50/m²/mês.